Empresas de ônibus e vereadores; eterna caixa preta
É repetitiva, insípida e inodora a opinião dos vereadores de Campo Grande acerca das passagens de ônibus e da má qualidade do transporte ofertado pelas concessionárias. Constantemente pulam, esperneiam e ameaçam. Mas nunca tomam qualquer tipo de ação para coibir os abusivos reajustes das passagens e reduzir o sofrimento dos usuários.
A verdade é uma só: ninguém conhece os valores das variáveis que compõem a enorme equação matemática (só matemática?) que resulta no preço do tíquete. Existe uma órgão público municipal que teria a obrigação de acompanhar, diariamente, e publicar as mudanças dessas variáveis. Todos sabemos que o preço do diesel, dos pneus, dos óleos, dos salários e, principalmente, dos impostos mudam constantemente. Mas como é montada essa conta só os deuses do negócio conhecem. As suspeitas se eternizam e ninguém, absolutamente ninguém, responde à população.
Esta coluna desde há muito explícita que transparência das contas públicas não pode continuar com a publicação de impostos e compras gerais da Prefeitura. Temos de conhecer para onde vão os medicamentos, quem é agraciado com cirurgias, quais escolas recebem e consomem qual tipo de merenda e, principalmente, como é feita a conta das tarifas dos ônibus. Será impossível abrir só uma fresta da caixa preta? Só uma beiradinha da caixa talvez libere duendes e fadas que pratiquem benesses mil.
O anseio por uma vida mais bela. Por um novo ideal humanista
Toda época anseia por um mundo mais belo. Quanto mais profundos o desespero e a consternação diante de um presente incerto, como o atual, tanto maior será esse desejo. O tom geral da nossa vida é de amarga melancolia. A felicidade só se faz presente no meio dos novos poderosos. A alegria de viver e a confiança nos grandes atos de políticos e de empresários mal são notadas. A atual sociedade é mais infeliz que as anteriores mais próximas.
Onde quer que procurem no futuro, o legado desta época será apenas lembranças de brigas, ódio, maldade, ganância, vaidade exacerbada, selvageria e miséria. Perguntarão se nesta época apreciávamos apenas crueldade, altivez e intemperança. Será que encontrarão um raro momento de doce alegria e felicidade tranquila? É bem verdade que cada época deixa mais rastros de seu sofrimento do que de sua felicidade. Mas, a atual parece que deixará apenas marcas de sofrimento. Suas desgraças se tornarão sua história.
Não será de bom-tom louvar a vida e o mundo? Aqueles que enfrentam a dura rotina diária somente citarão tristeza e desespero? O otimismo terá de brotar em algum momento. Já não é crível que ele venha de políticos, empresários e juristas. Talvez a única saída seja com os estudiosos, com novos humanistas. Talvez eles nos conduzam à glória da redescoberta da sabedoria antiga que arranca o jubilo dos espíritos. Talvez tenhamos um novo triunfo intelectual. A disposição de viver do humanista tende a superar a de destruir. Destruir, tornou-se o verbo único conjugado. Há de ser superado.
Brasil volta a ser um bom lugar para investir
Um grupamento de estudiosos da ONU - Tendência de Investimentos - após consultar as mais importantes multinacionais, acaba de publicar um novo ranking de países considerados mais "interessantes" para investimentos diretos. Esse é o tipo de investimento que mais interessa aos países. São capitais que chegam para criar indústrias e empregos. Bem diferente dos "investimentos indiretos", aquela velha roleta que coloca e retira dinheiro de um país em fração de segundos.
O grupo ligado à ONU consultou os grandes executivos mundiais para saber onde investirão nos próximos dois anos. Surpresa, o Brasil ficou em sétimo no ranking mundial, logo abaixo do Japão e acima do México. No topo da lista estão os de sempre: EUA, China e Índia. Talvez seja a maior vitória do governo Temer até agora, mas que não foi devidamente comemorada. Medo da volatilidade do dinheiro?
Os grandes motores para impulsionar o crescimento da economia
Todos empresários deveriam saber, e acompanhar assiduamente, que só existem quatro grandes motores que impulsionam a economia de um país. São eles que, em conjunto, garantem a construção da riqueza.
O Brasil esteve, por uma década, dependente de um pequeno motor: a exportação de commodities. Sim, historicamente, as commodities produzem pouca riqueza. É claro que esse motor começaria a "engasgar", não consegue impulsionar a economia de um médio,ou grande país, sozinho.
A exportação de produtos da indústria, um dos quatro grandes motores, foi desacelerada, estava "batendo biela". O outro grande, investimentos em infraestrutura, foi levado ao paroxismo. Enlouqueceram, para vencer eleições, lançaram obras que só existiam em papéis de planejamento, sem o aval do papel que interessa que é o dinheiro. O outro grande motor - consumo da população - teve o mesmo destino do anterior. O governo garantiu à população mais humilde que poderia comprar tudo. "Compre que o governo garante", foi o lema governamental. O povo ensandeceu. Nunca as lojas de tudo estiveram tão abarrotadas de compradores. O resultado foi desastroso: as famílias estão endividadas para, no mínimo, os próximos dois anos. Nos resta os investimentos estrangeiros - direto ou indireto. Tenham qualquer nome. Especulativo, industrial... importa que esses investimentos retornem ao país, e nele permaneçam. Para longe das ideologias ou propagandas, dependemos de um só motor: os investimentos estrangeiros.