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Em Pauta

Era uma vez... um tempo de amor, contra a guerra

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/02/2022 07:00
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Mais uma guerra. Centenas de jovens mortos. Mas houve um verão. Um verão do amor. A onda hippie varreu o mundo no fim da década de 1960 com muitas cores, alegria e psicodelia. O movimento "Paz e Amor" renovou a rebeldia, ajudou a forjar a contracultura e se espalhou para todos os cantos.


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Certidão de nascimento hippie.

Se o movimento hippie - a maior manifestação contra a guerra - tem uma certidão de nascimento, é esta: 14 de janeiro de 1967, no Parque Golden Gate, em São Francisco. Foi lá que uma multidão calculada em 30 mil pessoas se reuniu para uma manifestação mais ampla e democrática de todos os tempos. Foi chamada de "Human Be-In". Criou tudo que pensamos, até hoje, contra a guerra. O caráter anárquico fez com que em um mesmo local estivessem reunidos representantes das tribos mais distintas.


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Jovens contra a guerra.

Em S.Francisco, reuniram-se os motoqueiros durões do Halls Angels, os pacifistas do "Flower-Power", havia espaço para os que defendiam o despertar de uma nova consciência ecológica e de uma nova política voltada mais para o coletivo e menos para o individual. A liderança era do poeta beat Allen Ginsberg. O evento foi uma ousada e inteligente operação de marketing.


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Fazer o Pentágono, a sede das guerras, levitar.

Combinando energia psíquica e orientalismos zen-budistas, os participantes se propunham a fazer levitar o Pentágono, a sede de todas as guerras. Bastava entoar, por horas seguidas, a sílaba mágica "Om". A plateia daquele encontro, em S.Francisco, seria o retrato de uma época que passou a ser chamada de "Verão do Amor".


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Os revolucionários da Era de Aquário.

Os hippies são os verdadeiros revolucionários da Era de Aquário. Contestavam o "establishment", a descrença em quem tinha mais de 30 anos, a defesa do amor livre e da não-violência. Gregários, os "bichos-grilos", pregavam a convivência em comunidades. Pacifistas, combatiam toda e qualquer guerra, especialmente a do Vietnã. E qualquer forma de repressão aos movimentos sociais.


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Faça amor, não faça a guerra.

Entre os símbolos da nova era estava a mandala do desarmamento nuclear, adotada como sinal de paz, o lema "Faça amor, não faça guerra" e o cabelo comprido. Era uma constatação à sociedade racista de cabelo curto.


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Música e filme.

As bandas preferidas dos hippies eram os Warlocks, Jefferson Airplane, Grateful Dead, Beatles, The Doors e Pink Floyd. Sem falar em Jimi Hendrix e Janis Joplin, que deram uma nova dimensão à música pop e ajudaram a difundir o movimento. O musical "Hair", que estreou na Broadway, em abril de 1968, também cumpriu esse papel. Outro símbolo do período é o filme Easy Rider - Sem Destino - lançado em setembro de 1969. Dois caubóis de seu tempo, vagando pelas estradas e narrando as tensões do momento. Faça amor, não faça a guerra - antes que seja tarde.

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