FAO prevê aumento dos preços dos alimentos entre 8% e 22%
Em um de seus pronunciamentos, Volodímir Zelenski, presidente da Ucrânia, advertiu que a guerra também se trava no campo. Dentro de um mês começa o plantio de cereais, produtos essenciais para garantir que a população ucraniana tenha alimentos para aguentar um conflito que muitos preveem como de longa duração. Basta retirar o nome Zelenski e substituir por Putin que a situação se repete. Na Rússia, a previsão é de não exportar alimentos.
Postos de controle armados nas empresas agrícolas.
Ninguém entra em uma empresa agrícola na Ucrânia. Nas proximidades da fronteira com a Ucrânia, a ordem é idêntica. Há postos de controle armados nas estradas de acesso a essas empresas, patrulhas e estradas cortadas. A empresa Vioil, líder mundial na produção de óleo de girassol tem um verdadeiro arsenal em suas instalações.
Entre os cinco maiores produtores de cereais.
A Ucrânia se situa, junto com a Rússia, entre os cinco maiores produtores de cereais do mundo. A Ucrânia é a quarta exportadora de milho e de trigo. Nada menos de 40% do óleo de girassol consumido no mundo, saem das fertilíssimas terras ucranianas. Mas, mesmo que consigam uma produção gigantesca, não há navios que possam levá-los para o mundo. O porto de Odessa está bloqueado pelas naves de guerra russas.
Empresário de fertilizantes pede o fim da guerra.
O temor de quebra mundial de alimentos não vem só da Ucrânia. A Rússia é a maior exportadora de fertilizantes do mundo. O multimilionário russo Andrei Melnichenko, fundador do gigante Eurochem, pediu o fim da guerra. "Os fertilizantes são cada vez menos acessíveis por culpa da guerra", afirmou. A Eurochem construiu três fábricas de fosfato no Brasil e comprou uma da norueguesa Yara. A empresa russa que comprou a usina de Três Lagoas é a Acron. Esse mercado no Brasil, aliás, vem sendo dominado pelas empresas russas. A maior empresa do mundo de fertilizantes, Uralkali, comprou a UPI NORTE, localizada em Curitiba, que comanda a FertGrow, maior distribuidora de fertilizantes no Brasil.
Aumento de 8% a 22% dos preços dos alimentos.
A FAO avisa que o aumento global dos preços dos alimentos se situará entre 8% e 22% , e que a população mundial desnutrida pode crescer entre 8 e 13 milhões de pessoas. A ONU diz que a situação é particularmente grave na distribuição de trigo. Diz que faltará pelo menos em 18 países.