Fim da pandemia! Quando será? Quem fará a declaração?
Parcela menor da população foi para as ruas sem máscara e vacina. Outra parte, hegemônica, ainda aguarda a complementação da vacinação e usa máscara. Mas há duas questões que une as duas vertentes: quando será declarado o fim da pandemia? E quem tem o direito de fazer essa declaração?
Fim médico e fim social.
Com vacinas e medicamentos eficientes, os números de casos, internações e mortes se reduzem a um nível controlado no qual a doença não mais representa um grande risco. Esse é o fim médico da pandemia. O fim desejável. Mas, há o fim social. A população perde o medo da doença independente de sua evolução epidemiológica e retorna às atividades rotineiras, com o risco da doença ainda causar danos. O fim social da pandemia está muito próximo de acontecer no Mato Grosso do Sul. A maioria já deu um "basta" e voltou à vida normal.
Quem fará a declaração do fim da pandemia.
Não será só a ciência - com seus dados - que dirá "acabou". Não serão os políticos que, por leis ou decretos, dirão que acabou. E a sociedade também não poderá dizer "agora chega". Será uma dinâmica de interação - médica, social e política - que construirá o fim da pandemia. Ainda que anárquica, como foi o maior pico de combate, chegará o dia em que respiraremos em paz (mais que agora).
Só a varíola foi exterminada. A convivência com o vírus.
O único exemplo de pandemia que foi erradicada em toda a história foi a varíola. Houve uma conjunção de fatores para esse êxito. A vacina deu proteção por toda a vida. O vírus da varíola não tinha outro hospedeiro. Por causar erupções na pele, não precisava de testes. São condições que ditam a quase certeza de que teremos de conviver com o vírus da covid. Já há um quase consenso entre os epidemiologistas de que o vírus se reduzirá a níveis muito baixos de circulação, e seu comportamento se tornará previsível, como ocorre com a gripe comum, por exemplo.