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Em Pauta

Harper Reed, o cérebro tecnológico que ajudou Obama

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/06/2016 07:48
Harper Reed, o cérebro tecnológico que ajudou Obama

Reed se qualifica como um dos "tios mais cool que existem". Com seus piercings, óculos de plástico e um penteado estranho, fica evidente que não é de sua índole passar despercebido. Reed representa o triunfo dos nerds. A vitória dos tipos que durante muito tempo evitaram mostrar o quanto podem ser brilhantes. Hoje, em muitos países, ser um nerd deixou de ser um estigma, passou a ser orgulho.

Harper Reed foi o chefe de tecnologia da campanha de Obama. Foi chamado de última hora sem ter experiência alguma no mundo da política. Aportou com um exército de jovens brilhantes das mais importantes empresas de alta tecnologia. Buscou no Facebook, Twitter e Google os cérebros que ficariam sob seu comando. Eles estabeleceram uma forma de entender as relações entre os políticos e seus eleitores através das redes sociais. Nada do banditismo que campeia solto nas "campanhas brasileiras". Nada de criminosos disfarçados de marqueteiros. Criaram um projeto que foi denominado de "Narwhal" - narval é uma baleia com uma presa longa saindo de sua cabeça. Era uma imensa plataforma que permitia recolher dados das pessoas que apoiavam Obama. Assim, criaram a mais vasta rede de voluntários que fez campanha nos Estados Unidos.

Apóstolos do big data, a equipe comandada por Reed utilizou a Narwhal para saber o que pensavam os eleitores sobre temas capitais como saúde e interferência militar em outros países. Mas o mais importante, dizem eles, foi fazer chegar a mensagem de Obama aos eleitores. Uma mensagem baseada apenas em suas propostas e propósitos.

Harper Reed, o cérebro tecnológico que ajudou Obama

Duro na queda é a bactéria.

Em busca da fonte da juventude e da imortalidade, os humanos não param de estudar três animais "duros na queda": baratas, águas-vivas e bactérias. As baratas estão em nosso planeta há 400 milhões de anos. São os insetos mais odiado pelos humanos desde os primórdios do mundo. Mas podem ficar tranquilos, o ciclo de vida de uma barata de esgoto varia de 3 meses a 6 anos.

O problema é que ela pode colocar mais de 200 ovos enquanto estiver frequentando sua cozinha. Elas são da turma dos verdadeiros "duros na queda". Sobrevivem a uma semana inteira sem beber água e 30 dias sem comer. Espantoso mesmo é que conseguem sobreviver um bom tempo ainda que você lhe corte a cabeça. Com tantas habilidades voltadas para a sobrevivência, fica a impressão de serem indestrutíveis. As espécies das baratas parecem ser imortais, mas uma baratinha só não faz verão - morre na primeira chinelada.

Se é fácil matar uma barata, tente matar a água-viva "Turritopsis nutricula". Ela simplesmente não consegue morrer de causas naturais. Sua capacidade de regeneração é tão alta que ela só é morta se for completamente destroçada. Como a maioria das águas-vivas, ela passa por dois estágios: a fase de pólipo e a de medusa. Ela foi descoberta por Cristian Sommer, um estudante alemão de biologia marinha, em 1988. Sommer observou que ela simplesmente se recusava a morrer, nada a matava. A água-viva voltava ao estágio de pólipo frente a qualquer perigo e, em seguida, voltava ao estágio de medusa. A água-viva rejuvenesce, sonho de todos os humanos.

Todavia, as grandes campeãs do campeonato de "duro na queda" são duas bactérias. Uma, a "Deinococcus radiodurans", reconhecida até pelo Guiness Book, resiste a condições extremas de frio, desidratação, vácuo, acidez e radiação intensa. Já a "Methanopyrus kandleri" consegue continuar crescendo a 122 graus Celsius. Concorre com elas o "Tardígrado", um animalzinho microscópico que aguenta 151 graus Celsius, pressões elevadíssimas e altas doses de radiação e ainda fica em estado latente por 10 anos. Muitos biólogos consideram o Tardígrado o maior duro na queda que existe em nosso planeta.

Harper Reed, o cérebro tecnológico que ajudou Obama

O apocalipse contemporâneo.

Cada época tem o apocalipse que inventa. Após a Segunda Guerra Mundial, o Ocidente vivia atemorizado com a infiltração de agentes comunistas. Essa paranoia ajudou até a criar m estado de espírito que possibilitava a criação de marcianos aterrissando no nosso planeta. O inimigo poderia estar camuflado no seio de nossas comunidades ocidentais.

Comunistas e seus iguais marcianos estariam disfarçados de pessoas comuns. Prontos para nos atacar. À espera da hora de dizimar o "american way of life" (o modo de vida construído pelos norte-americanos). Quem viveu a Guerra Fria teve pesadelos com bombas atômicas. Bastaria uma alta autoridade de Washington ou de Moscou acordar com uma ressaca e a Terra iria pelos ares.

Hoje, suspeitamos que o apocalipse anda por aí disfarçado de vírus, de célula terrorista de muçulmanos, de crack, de colesterol e até do glúten. Continuamos vivendo em grande desconforto, tal como na Guerra Fria que não foi finalizada. Continuamos vivendo com muitos exageros. O apocalipse aparece como o doce veneno do mundo contemporâneo. Distorce tudo que vemos, até não enxergarmos mais nada. Basta abrir os olhos e enxergar o que ocorre no mundo da política e da economia brasileira. O exagero está posto em todos os cantos e encanta. Também por aqui vivemos à beira do abismo apocalíptico.

Harper Reed, o cérebro tecnológico que ajudou Obama

Os Estados Unidos se cansaram das intervenções militares?

"Indeciso", esse é o tratamento mais comum que os adversários imputam a Obama quando se trata de intervenções militares. Os republicanos criticaram, durante quase oito anos, Barack Obama e sua política externa. Para eles o presidente dos EUA teria solapado a grandeza e o prestígio dos EUA por vacilar no recurso à força.

Embora não deixe jamais de sublinhar quanto Obama humilhou os EUA, o candidato republicano, Donald Trump tem afirmado que também não pretende se lançar em uma expedição ao Oriente Médio. Conforme Trump, os EUA gastariam milhares de bilhões de dólares, e a infraestrutura de seu país estaria prestes a se desintegrar. Nas últimas décadas, as guerras custaram US$ 1 trilhão para os cofres norte-americanos, enquanto a dívida explodia. Obama tem afirmado que: "Já é hora de nos ocuparmos da construção de nossa própria casa".

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