Lugo é favorito para as eleições no Paraguai
Foram 48 horas para mandar Lugo para casa. O ex-bispo e ex-presidente comportou-se com humildade e serenidade. Não agitou e nem permitiu que seus partidários conflagrassem o país. O resultado foi excelente para a economia paraguaia. Cresce a taxas chinesas - de 4% a 6% ao ano.
O Paraguai é único país da América do Sul a apresentar resultados econômicos incontestáveis. Do abismo, criado por Lugo, ao pleno crescimento, embalado pelo empresário do ramo de cigarros (contrabando?) Cartes.
Todavia, Cartes governa com mão de ferro, não ouve nem mesmo seus ministros essa aceitação popular é baixíssima - algo como 10% do eleitorado diz nele votar em 2018.
Lugo, ao contrário, conta com 40% do eleitorado de Assunção é mais de 50% nas demais médias cidades. Mas, até mesmo os mais ferrenhos defensores de sua candidatura em 2018 temem pelo resultado de sua inscrição. Quase ninguém acredita que a justiça permitirá que ele volte a concorrer uma vez que a legislação Paraguai não deixa margem para dúvidas : não permite reeleição. O que resta a Lugo é o velho ditado: no Paraguai tudo pode acontecer.
PEC que limita os gastos públicos. Entenda o que está em jogo
"Sinuca de bico" é o termo popular que nos diz que não existe uma saída desejável por todos para enfrentar um dado problema. Portanto, estamos frente a essa impossibilidade de tomar uma decisão tranquila e que possa ser enaltecida por todo o país.
Os petistas, seus aliados, e aqueles que dependem diretamente dos serviços públicos, atacam a PEC 241, limitadora de gastos públicos. O argumento mais utilizado é o de que a saúde e à educação sofrerão com a PEC. No outro lado da trincheira, os defensores do governo garantem que não ocorrerá redução nas despesas da saúde e educação. Esse, como tantos outros, é um debate míope, sorrateiro, que vem sendo travado no Brasil. Falta verdade.
Na pratica, quase todas as despesas serão congeladas, menos os aumentos salariais do funcionalismo público. O argumento que se choca a esse congelamento é o de que todos sabemos muito bem que há um imenso desperdício e ineficiência nas despesas públicas. Todos os governantes brasileiros gastam muito e mal. Essa é uma verdade irretorquível. Os problemas que advirão com o congelamento das despesas devem ser resolvidos com aumento gradativo de competência e não com aumento de dinheiro.
Mas há outro fator que não está sendo colocado em debate e que é essencial: muitas pessoas esquecem, ou fingem esquecer, que se não contermos a crise agora, a inflação aumentará e quem será ainda mais prejudicado, será a parcela da população mais humilde. Vale repetir: não há uma saída tranquila.
A falta que nos faz uma Macondo
O Macondo de Gabriel García Márquez. o "Gabo", é um lugar imaginário. Inspirou-se em Aracataca, cidade do norte da Colômbia, de uns 40.000 habitantes. Esse é o lugar onde se desenvolvem os "Cem Anos de Solidão" e outros livros do Nobel.
O escritor colombiano Alberto Salcedo Ramos recorda em sua crônica "Viagem ao Macondo Real", como Gabo criou seu Macondo. "Um dia viajava em um trem e, rapidamente, viu uma casa ao lado da estrada. Leu o letreiro "Macondo" na fachada e ficou impressionado", conta o cronista. Ele diz que muitas pessoas viajam a Aracataca para ver a casa com o letreiro. A casa onde ficcionalmente o coronel Aureliano Buendía conheceu o gelo. Também narra que os moradores de Maracataca dizem aos turistas que conhecem cada elemento da ficção de Gabriel García Márquez, ainda que não tenha um só de seus livro.
"Há muitos anos escutam falar de suas criaturas e suas histórias. Além disso, sentem que o Macondo da literatura é um simples reflexo da vida deles. Cada pessoa que um turista tropeça têm seu próprio Macondo, cada um vai por aí com a parte da história que lhe tocou em sua sorte... Macondo tornou-se uma invenção tanto do autor como dos moradores de Aracataca", escreve Salcedo. Uma ficção que transcendeu o escrito e é vivenciado pelo povo. Como nos faz falta uma Macondo no Mato Grosso do Sul.
Agências público-privadas, uma alternativa para o desemprego
A ineficiência das agências dos governos para buscar a recolocação de desempregados é uma realidade percebida por muitos países. Via de regra as agências governamentais não passam de cabides de empregos para seus partidários. Não treinam, não oferecem cursos para reciclagem e não estabelecem contatos com empresas que necessitam de novos funcionários. Ficam apenas aguardando as crescentes filas de desempregados e o anúncio das necessidades de algum empresário. Não são ativas, são parasitárias.
As políticas ativas de emprego foram criadas nos anos 1980 e evoluíram na maior parte dos países para organizar programas de formação e com acordos de colaboração com agências privadas. Elas recebem dinheiro do governo para encontrar colocação para os desempregados. O limite inicial é de seis meses de desemprego. Quando a empresa privada consegue colocar um desempregado acima de seis meses sem trabalho, recebe por esse trabalho. Recebe ainda mais se o desempregado tiver mais de 55 anos de idade. A diferença começa desde o momento que o desempregado entra por suas portas. Ele passa por um longo e rigoroso estudo de todas as possibilidades de encontrar emprego. Fazem cruzamentos de dados desde a eclosão da crise econômica mundial, em 2008. Vão às empresas mostrando a capacidade dos desempregados. Não ficam paradas aguardando "cair do céu" um emprego. Lutam, como qualquer empresa, por seus ganhos. O sistema atual está roto e inerte. Necessita ser modificado urgentemente.