Mais de 70.000 ucranianos foram perseguidos pela ditadura
A primeira onda de ucraniano, vinda para o Paraná, ocorreu em 1.891. Vieram apenas dez famílias em uma viagem que demorou 40 dias no navio. Quatro anos depois, outras pequenas ondas de migrantes ucranianos ocorreram. Vários governos brasileiros e paranaenses faziam propaganda na Ucrânia, prometendo terras para quem se dispusesse mudar de país. Havia no Brasil, imensos espaços vazios em seu território, e dificuldades para tornar a terra produtiva. Também ocorria uma crise alimentar, diferente das deste século, por falta de alimentos. Na Ucrânia ainda existiam traços dos maus tratos, típicos do feudalismo, em pleno século XIX e início do XX.
Milhares após a Segunda Guerra.
Eram poucas famílias até o pós-guerra contra o nazismo. Depois de 1945, uma onda estimada em 200.000 ucranianos saiu de seu país, algo como 70.000 vieram para o Brasil. Um país desconhecido, com clima e cultura diferentes, os ucranianos criaram suas colônias, para driblar as dificuldades. Elas, além de auxiliar na chegada dessa imensa onda de imigrantes, possibilitava a manutenção de suas práticas culturais.
Vargas perseguiu ucranianos.
Em 1.937, há o início do período ditatorial de Getúlio Vargas. A tolerância que até então existia nos âmbitos cultural e linguístico, sumiram. Vargas exigia uma homogeneidade no país. Somente uma suposta "cultura brasileira" era admitida. Em 1.938, o governo proibiu falar o idioma ucraniano em público, inclusive durante cerimônias religiosas. Também proibiu a circulação de livros e jornais de língua ucraniana. Todas as escolas, antes com nomes ucranianos, passaram a ter nomes brasileiros. Também ficava proibido o ensino de ucraniano para menores de 14 anos em qualquer lugar.
A resistência aos desmandos ditatoriais.
Os ucranianos se insurgiram. Conseguiram manter suas musicas e danças folclóricas. Além dos típicos ovos de Páscoa e bordados, também mantiveram a festa de Ivana Kupala. O ápice das comemorações se dá com a queima da fogueira com a presença dos personagens tradicionais: o patrão e a patroa, além de bruxas e ciganas. Conseguiram, ainda, alguma influência gastronômica com sua famosa sopa de beterraba (borscht) e os pãezinhos recheados (peryzhkê).