Microséries com 1 minuto para o celular causa furor na China
Os lucros dessa nova industria, com mais de 500 milhões de usuários no gigante asiático, superaram em 2024 os do cinema tradicional pela primeira vez. Também já aterrisaram nos Estados Unidos, onde, apenas uma série teve o fantástico lucro de 10 milhões de dólares. As despesas são pequenas, quando comparadas com o cinema tradicional, chegam a ser irrisórias. Empregam em media 30 pessoas, mas faturam milhões de dólares a cada serie.
50 a 100 episódios.
Sua popularidade é gigantesca. Trata-se de uma revolução na forma de consumir ficção. São séries produzidas diretamente para celulares, e a nível industrial. Com mini-episódios de um a três minutos de duração que prendem o espectador. O final é sempre inesperado, mudanças constantes de rumo para mantê-los presos. O nível do vicio é considerável. Há filmes de época, thrillers de ação vertiginosa e românticos. Podem ser vistos no metrô ou no ônibus, na pausa do café e até no banheiro. São de 50 a 100 episódios. Os primeiros, normalmente, são gratuitos; mas os seguintes o espectador tem de pagar pequenas somas. Há vários modelos. Tarifas cheias para assistir todos os capítulos, bônus VIP, micro pagamentos para eliminar publicidade.
A imensa Hollywood chinesa das microséries.
Hengdian é a cidade onde filmam, é a meca das microséries. A cidade produziu 1.500 microséries em 2024. Ela é toda decorada, há até uma réplica da Cidade Proibida em escala quase real. É chamada de Hollywood chinesa. Não há mansões nas colinas e ainda falta o glamour da cidade norte-americana. Há, sim, inúmeras avenidas com infinidades de sedes de produtoras. São alugadas para equipes de rodagem dos filmetes. Também há inúmeras empresas que alugam adereços e vestuários. O plano inicial dos chineses é dominar o mercado asiático da diversão, para, em seguida, entrar nos Estados Unidos e na Europa. O primeiro teste em terras norte-americanas foi um sucesso retumbante.
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