MS está muito longe dos grandes problemas nacionais com a violência
O Mapa da Violência mostra um Brasil do bang-bang interiorano.
Longe, muito longe dos grandes problemas nacionais com a violência. Essa é a posição do Mato Grosso do Sul mostrada pelo Mapa da Violência (um estudo patrocinado pela Unesco) que acaba de ser divulgado. Apesar de estudar todos os mais de 5 mil municípios brasileiros, o Mapa da Violência somente monta um ranking com os municípios com mais de 20 mil habitantes. O estudo está concentrado nas mortes por arma de fogo. Criaram uma taxa de mortes por arma de fogo computada sobre cada 100 mil habitantes. O município onde ocorreram maiores quantidades de homicídios por arma de fogo fica na Bahia. Simões Filho tem uma taxa de 130 mortes por arma de fogo por 100 mil habitantes. Os dez municípios brasileiros com maior taxa de homicídios têm quatro situados na Bahia, dois em Alagoas, outros dois no Paraná, um no Pará e outro na Paraíba.
A insegurança de Porto Seguro é bastante elevada exigindo maiores cuidados com o turismo que muitos sul-mato-grossenses por lá praticam. Os mesmos cuidados devem ser tomados com as viagens a Maceió. A surpresa fica por conta do município paranaense fronteiriço com o Mato Grosso do Sul - Guaira - com elevada taxa de 89,2 óbitos por arma de fogo mostra os problemas de uma fronteira perigosa.
O Mapa da Violência descortina um Mato Grosso do Sul bastante tranquilo.
Um Estado pacato e pacífico. Os números evidenciados pelo Mapa da Violência colocam a cidade do Mato Grosso do Sul com maior número de óbitos por arma de fogo na posição 222. Ponta Porã é a cidade com a taxa de 32,7 mortes por arma de fogo que surge longinquamente no ranking da violência. Todavia, mesmo a nossa mais violenta cidade é um paraíso frente ao que se passa no país. Longe, muito longe da sensação criada e fomentada por muitos a segurança é um problema menor em nosso Estado. A diferença é gritante: o pior município brasileiro, o baiano Simões Filho, tem uma taxa de 130,1 óbitos por arma de fogo, enquanto Ponta Porã tem a taxa de 32,7 mortes. Essa situação se repete nos onze municípios do Mato Grosso do Sul, mais violentos, ranqueados pelo Mapa da Violência.
"Número Zero", novo livro de Umberto Eco, conta a história universal do jornalismo marrom.
Umberto Eco é um dos maiores pensadores do século. Autor de livros importantes como "O Nome da Rosa", "O Pêndulo de Foucault" e "Baudolino"; é o atual diretor da Escola Superior de Ciências Humanas da histórica Universidade de Bolonha, talvez a primeira universidade do mundo. Ele acaba de lançar seu novo livro denominado "Número Zero".
"Imaginei o surgimento de uma redação de um jornal sensacionalista, mantido por um empresário metido em política". Ele também afirma que: "Meu livro é um manual do mau jornalismo". O livro só será lançado em julho no Brasil. O novo trabalho de Eco pode ser definido como a farsa do jornalismo marrom, já que acompanha o processo de preparação de um jornal diário que usa o furo jornalístico como instrumento de manipulação política. Ele trabalha com a ideia do que chamam na Itália de "Macchina del Fango" (máquina de lama) - uma engenhoca que não para de funcionar no jornalismo marrom que é o hábito de plantar mentiras e meias-verdades nos jornais e revistas.
II Commendatore, um empresário de comunicação funda um jornal "que dirá toda a verdade". O jornal deverá se chamar Domani (Amanhã) e terá 12 números zero. Também escreverão um livro narrando o dia a dia da redação e do esforço dos repórteres para buscar notícias e dar furos sensacionais. II Commendatore planeja usar a perspectiva da criação do jornal para chantagear políticos. Em jargão jornalístico, "número zero" é a expressão que designa as edições experimentais que nunca chegarão às bancas.
A história contada por Eco é universal. Jornais marrom pululam em todos os cantos do planeta. Mostra repórteres que saem em busca de acontecimentos para suas reportagens contendo especulação, armação de fatos e criação de teorias conspiratórias. O romance satiriza o sensacionalismo, com todas suas malandragens, absurdos e perversidades.
O que está acontecendo com a Operação Zelotes?
Estranho. Inexplicável. A Operação Zelotes, criada para investigar roubalheira grossa no Ministério da Fazenda, corre risco de sumir por "encanto". Quem a acompanha diz que neste momento mais de 90% dos implicados tem boas chances de se safar. O caso envolve denúncia de roubo de mais de R$ 19 bilhões, deixando a Lava Jato em um distante segundo lugar. O Procurador Frederico Paiva diz: "Como as medidas investigatórias não estão sendo deferidas, as pessoas (envolvidos) também não estão preocupadas. Está todo mundo em casa".