O abolicionismo criou o abaixo-assinado, o panfleto e o boicote
Há mais de 200 anos o tráfico escravo foi proibido na Inglaterra. Foi a primeira vitória de uma gigantesca campanha que terminaria por ditar os rumos da escravidão brasileira e do Congo. Seus alvos foram Pedro II, do Brasil e Leopoldo II, da Bélgica. Eram tidos como monstros sanguinários. Organizado em comitês e contando com religiosos, mulheres e cidadãos comuns, que saiam de porta em porta distribuindo panfletos e coletando abaixo-assinados, o abolicionismos britânico foi determinante não só para a queda da escravidão mas também como modelo para outros movimentos que viriam a seguir.
As armas inovadoras dos abolicionistas britânicos.
Você deve estar cansado de ver panfletos sobre alguma política. Também de abaixo-assinados. Ou de conclamações a boicotes. Saibam que todas essas armas políticas começaram a ser usadas em 1.787, quando doze amigos criaram a Sociedade para a abolição do Comércio Escravo. Foi a mais impressionante campanha de opinião pública que o mundo viu até o século XX. A derrubada da escravidão deixava de ser um absurdo para, inicialmente, virar uma lei inglesa e, em seguida, mundial.
Os quatro pilares do abolicionismo.
Os doze amigos que criaram esse movimento eram das igrejas anglicana e protestante. Conseguiram boicotar o consumo de açúcar das Américas. Mais de 300 mil pessoas deixaram de consumir esse produto no primeiro mês do movimento. Não se sabe quantos boicotaram nos últimos anos do movimento. Estava dada a largada vitoriosa. Nessa época surgiram as primeiras Sociedades Femininas em prol do sufrágio. Foram elas que se encarregaram de distribuir panfletos de casa em casa sob o lema: Abolição Imediata e Não Gradual. A arma principal do movimento foram os panfletos contendo desenhos das condições de vida dos escravos nos navios negreiros, que horrorizaram os britânicos. E eles entupiram a Câmara dos Comuns, o equivalente de nossa Câmara de Deputados, com petições abolicionistas. Começaram com 170 petições por ano e terminaram com a gigantesca marca de 900 anuais. O abolicionismo brasileiro deve muito aos britânicos.