O dia em que começamos a "fazer amor"
Devemos recordar - senão, pouco a pouco acabamos esquecendo - que os anos sessenta transformaram nossas vidas muito mais que certas revoluções. Mudaram nossas ideias sobre o sexo, a juventude, a arte, o consumo, e mudaram, sobretudo, as vidas da metade do mundo - as mulheres - e, graças a isso, a da outra metade. Mas nem sempre recordamos como era o mundo antes.
O mundo era, entre outras coisas, um lugar onde não se podia dizer aquela frase que todos querem dizer. Um cantor, um poeta, um pretendente não podia dizer publicamente à amada ou desejada o que queria fazer com ela na cama. Não só porque a moralidade ambiente o impedia; mas brutalmente, porque não tínhamos as palavras necessárias.
Nos distintos portugueses usados no mundo havia, é claro, verbos que se referiam ao ato sexual. Todos ainda os usamos. Não é necessário escrever. Eram, e continuam sendo, duros, agressivos, brutais, algo de animalescos, nenhum só odor de romantismo. Até o dia que surgiu "Fazer amor". E tudo se transformou.
"Fazer amor" nos chegou de uma palavra de ordem em inglês: "Make love not war", o slogan mais famoso do movimento hippie norte americano, surgido contra uma sociedade puritana e silenciadora. Uma sociedade que calava o amor e gritava a pátria e suas guerrinhas. Uma sociedade que primava pela velha ilusão de todos os poderosos: aquilo que não se diz, não existe. Uma sociedade que não se conteve com o "make love not war" e preparou o contra ataque. O então governador da Califórnia, um tal Ronald Reagan, disse nesses dias que esses jovens que queriam o amor e não a guerra "não podiam fazer nem um e nem outro" - e se lançou ao combate.
Faz só meio século. Uns anos antes "fazer amor" só significava, para os mais instruídos, "cortejar". Até que a necessidade de dizer o que antes se calava mudou: já não era tentar acercar-se da pessoa amada ou desejada, era fazer uma coisa concreta, muito precisa. Assim, um movimento que se pretendia espiritual, rendeu tributo a certa ideia moderna, funcional: o amor não era somente algo que se sentia ou buscava. Era algo que se fazia, e se fazia outra vez e mais vezes.
"Fazer amor" virou uma marca da época. Um gesto de audácia, uma revolução venturosa e sem violência ou mortandade. Depois, com o tempo, perdeu a novidade e audácia. Voltamos a sentir os ventos da grosseria, das armas em riste, dos ódios disparados por um espirro. Talvez os jovens criem um novo tipo de movimento hippie. Talvez enfrentem as armas com flores. Make love.
A pizza napolitana vira Patrimônio da Humanidade.
A Itália está em festa. Depois de oito anos, e contando com o apoio de dois milhões de italianos, a Unesco distinguiu os "pizzaiuoli" de Nápoles com o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade. Na Itália, sentar-se e comer uma pizza é muito mais que uma atividade cotidiana, é praticamente um trabalho de artesanato, onde cada detalhe conta. Por isso, a Unesco não reconheceu apenas a pizza com o título almejado, mas, também, a "arte tradicional dos pizzaiuoli napolitanos". De suas mãos sai, todos os dia, o produto top de todo um país, entre cantos e piadas, que passam de pai para filho, e giros impossíveis da massa no ar, que baila de uma mão a outra do mestre da pizza para oxigená-la.
"Victoria", exclamava no Twitter o ministro, Maurizio Martina, que levou a decisão à Itália. Também os números servem para demonstrar o afeto dos italianos para com a "redonda". Segundo as estatísticas, cada um deles come 7,6 quilos ao ano - uma 38 pizzas. Na Espanha consomem 4,3 quilos por pessoa. Na França e na Alemanha, 4,2. Quem se aproxima do consumo dos italianos são os canadenses: 7,5. Mas o campeão disparado no consumo de pizza estão nos EUA. Ali, cada norte americano consome incríveis 13 quilos de pizza ao ano. Brasileiros também entram nessa lista de comilões de pizza, todos os dias consumimos 1,7 milhão de redondas. além do sabor campeão por aqui que é a calabresa, outras queridinhas dos brasileiros são a portuguesa e a marguerita. Massa fina é a preferência nacional. E, assim como em outros países, temos nossas extravagâncias. No Rio Grande do Sul, você pode comer uma pizza de coração de galinha e em Salvador, uma pizza de acarajé.
Dois antibióticos que você pode tomar com um copo de cerveja.
Antibiótico é igual a cerveja zero? Sim, mas com alguns matizes. Em geral, devemos eliminar o álcool enquanto nos tratamos com antibióticos porque interfere no metabolismo do medicamento e pode alterar sua eficácia. Todavia, nem todos os casos são iguais e a rigidez na hora de contraindicar a ingestão de álcool, varia segundo as circunstâncias. Em linhas gerais, em uma enfermidade muito leve que está sendo combatida por dois tipos de antibióticos podemos ingerir dose mínima de bebida alcoólica.
Os médicos resistem em dizer quanto é esse mínimo de bebida, mas a lógica conduz a pensar que um copo de cerveja ou de vinho não causará problemas. Essa recomendação só é válida quando os antibióticos são a amoxicilina - usada para tratar de problemas respiratórios e urinários -, e para o ácido clavulânico - um antibiótico de amplo espectro que serve para muitas infecções. Todavia, se beber três ou quatro copos de cerveja ou vinho enquanto ingere um desses dois medicamentos, é possível que apareçam náuseas, vômitos e diarreias porque ocorrerá irritação da mucosa gastrointestinal.
Um dos mais graves problemas da ingestão de álcool e antibióticos se dá quando nos tratamos com metronidazol - giardíase, amebíase, doenças vaginais e da pele. Nesse caso, ocorre o denominado "efeito antabus": o nosso organismo não elimina adequadamente o álcool e ele se acumula, como se tivéssemos tomado um imenso porre.