O futuro do lixo: quem produz mais, paga mais
Uma ducha rápida não custa o mesmo que um banho de vinte minutos. Pagamos pela água e pela energia elétrica que consumimos. Deixar o ar condicionado ligado o tempo todo paga mais que ligá-lo só quando não suportamos mais o calor excessivo. Vivemos em um mundo em que pagamos pelo que consumimos. A esse mesmo princípio se liga o modelo de gestão do lixo, que funciona com sucesso há vários anos na Europa. Não há um só motivo, não existe um só argumento que me faça pagar o mesmo valor que uma empresa produtora de muito lixo ou um vizinho. Vivemos no tempo da exploração por incapacidade, por falta de vontade dos poderosos. Quem contamina, paga.
O sistema funciona na contagem de quantos sacos de lixo produzimos. Para ele, existem duas vias: a recolha, porta a porta, dos sacos de lixo que identificam cada usuário ou um sistema muito avançado em que cada pessoa leva seu saco de lixo a um recipiente que fica na rua e só se abre com o uso de cartões pessoais como os de crédito. Depois, em função do peso ou volume do lixo recolhido, se aplica uma taxa que têm uma parte fixa para cobrir os custos de gestão e uma variável, de acordo com o que cada um produz.
Em um cenário perfeito, aquele que separe e deposite em um recipiente especial cada um dos cinco tipos (fluxos) de lixo - plástico, metais, vidro, papel e orgânico - só pagaria pela fração do resto que não está contemplado na lista. Dessa lista de tipos de lixos, os quatro primeiros vão para as indústrias de reciclagem. Assim, as pessoas que reciclem mais, pagarão menos.
Como resultado temos uma despesa menor para o cidadão comum. Mas também há uma diminuição na geração do lixo da ordem de 20%. E quando se incrementa a recolhida seletiva, a diminuição na geração vai a 30%. Onde funciona melhor, a recolha seletiva chega a 80% do lixo. O fator limitador dessa justa organização é a geografia. Nas cidades sem aclive e declive, sobe e desce morros e montanhas, é difícil de usar a gestão de recolher porta a porta e dimensionar o gasto. Campo Grande é uma cidade plana, a geografia não nos atrapalha. O modelo que adotamos é arcaico e imensamente injusto. Os poderosos não podem continuar discutindo o que é melhor para eles. O debate a ser travado é procurar o que há de melhor para a população.
O planeta têm 6 grandes problemas, diz a ONU.
Alguns são problemas que vem de há muito tempo. Outros se mantêm no tempo e as novas tecnologias vislumbram soluções alternativas. Também há problemas recentes, vinculados às mais recentes invenções. Seja qual for sua origem, já não há tempo para jogar para baixo do tapete. A Assembleia da ONU relativa ao Meio Ambiente, que se celebra em Nairóbi, no Kenia, colocou em debate os 6 principais desafios para o planeta.
1. Resistência aos antibióticos - À medida que avança a resistência aos antibióticos, uma simples infecção que era curada em poucos dias, será incurável no futuro próximo. Atualmente, a cada ano, morrem 700.000 pessoas no mundo pela incapacidade dos antibióticos responderem aos ataques das bactérias.
2. Nanomateriais - São usados em larga escala na indústria alimentícia, cosmética, produtos de higiene, desinfetantes, roupas e dispositivos eletrônicos. Mas esses diminutos materiais podem modificar sua ação no entorno que os cercam. A ONU diz que eles devem ter medido o impacto que geram em nossa saúde e no meio ambiente.
3. Proteção das áreas marinhas - Superexploração da pesca e outras atividades extrativas, contaminação, turismo exacerbado e mudanças climáticas são algumas das principais ameaças para as áreas marinhas.
4. Tormentas de areia e pó - A inalação de pó pode piorar asmas, bronquite, infecções dos olhos e irritação da pele. Contribui para mortes prematuras, câncer de pulmão e enfermidades cardiovasculares.
5. Acesso universal à energia limpa - Ao redor de um bilhão de pessoas não têm acesso à energia. Somem a eles, outro um bilhão de pessoas que têm acesso a energia instável. A ONU acredita que até 2030 ainda terremos algo como 700 milhões de pessoas sem acesso à energia. Nos últimos anos incrementaram as soluções baseadas na energia solar, sobretudo na Ásia e na África, onde reside 95% das pessoas que não têm acesso à energia.
6. Migrações climáticas - As mudanças climáticas e a degradação da terra estão redesenhando o mapa do mundo. No final do ano passado, o mundo tinha 65 milhões de migrantes por motivações ambientais ou de guerras, uma cifra recorde desde o final da Segunda Guerra Mundial. A cada ano, algo como 21 milhões de pessoas se veem obrigadas a abandonar definitivamente seus lares devido a mudanças ambientais como secas, enchentes, e degradação da terra. Nos últimos anos, a maioria dos conflitos se estabeleceu devido a falta de água ou degradação da terra.
The mamas e papas: esterilizar chupetas é uma besteira.
Muitos costumes e recomendações sobre crianças e educação sanitária já não têm sentido. Seria interessante revisarmos tudo que fazemos diariamente para criar nossos filhos e netos, mas isso ainda é impossível. Esterilizar tudo que cai ao solo, enervar-nos pela higiene extremada com o bebê é algo que não é mais discutível. Caiu em desuso há bom tempo. "Lave as mãos antes de pegar o bebê", essa é uma frase que todos ouviam há alguns anos. Hoje, só vale como uma reprimenda para aqueles que não queremos que coloque as mãos em nossas crianças. Em termos de higiene é muito ruim. O esterilizador é uma máquina que só serve para os amigos darem de presente na falta de alguma ideia mais proveitosa. Só serve para encher o armário.
Uma boa lavada com água e sabão é mais que suficiente para todo e qualquer caso. Esterilizar não aporta nada ao bebê. Pelo contrário, evita que a criança entre em contato com a flora e fauna que terá de conviver pelo resto da vida. Se ainda duvidam, lembrem-se que quando começam a engatinhar não há nada no mundo que os impeça de levar à boca bilhões de bactérias. E atenção, não são milhões de bactérias, são bilhões mesmo.