O PT indo às ruas? Partido se agita e se mobiliza em defesa da legenda
O PT irá às ruas?
O PT divulgou um manifesto que propugna pelo afastamento de um "pragmatismo pernicioso" (será sinônimo de corrupção?) e que os militantes e parlamentares não deem trégua ao "cretinismo parlamentar" (será um recado para o Eduardo Cunha?). Todos os diretórios estaduais do partido assinaram o documento. Fruto de uma reunião extraordinária convocada para reagir à ofensiva de críticos e opositores do governo de Dilma e contra a sigla, o encontro contou com a participação do líder-maior - Lula.
Os dirigentes petistas concluíram que a atual estratégia de seus opositores é "uma campanha de cerco e aniquilamento". E diz ainda que "Como já propuseram no passado, é preciso acabar com nossa raça. Para isso vale tudo, inclusive criminalizar o PT". Citou ainda que os objetivos dos insatisfeitos com o governo Dilma seria transformar o PT no "bode expiatório da corrupção nacional".
Na reunião, os líderes partidários decidiram que chegou o momento de desencadear um amplo processo de agitação e mobilização em defesa da legenda, além de unificar várias agremiações e movimentos sociais em uma frente suprapartidária unida em torno de uma plataforma de mudanças. Entre outros pontos, os petistas querem promover bandeiras como a democratização da mídia, as reformas política e fiscal e também pretendem a taxação das grandes fortunas. As mobilizações serão convocadas para o dia primeiro de abril, em alusão ao golpe de 1964.
Safra recorde de grãos e queda nas exportações.
A maior empresa de consultoria do agronegócio do país, a Agroconsult, prevê uma safra "espetacular" na atual temporada 2014/2015. Ela revisou para cima sua expectativa de produção da soja de 94,8 milhões para 95,8 milhões de toneladas no Brasil. Se confirmado, o volume será 11% maior que na safra passada e auxiliará o país a alcançar um novo recorde na colheita geral de grãos, de 202,9 milhões de toneladas. Os números da Agroconsult são bem mais otimistas que o do governo federal. A Conab prevê 198,5 milhões de toneladas de grãos a serem colhidos no país.
Para o Mato Grosso do Sul, a estimativa feita pela consultoria é de uma safra também recordista - 7,3 milhões contra 6,2 milhões de toneladas colhidas na safra passada. Se os ventos (e as chuvas) sopram em direção a bons resultados nas colheitas, as notícias dos embarques de produtos do agronegócio para o exterior são ruins. Até o momento houve queda de 13,9% nos embarques do setor, segundo o Ministério da Agricultura. As carnes brasileiras tiveram uma queda de 19% para o exterior devido às dificuldades da Rússia e à greve dos caminhoneiros.
Os grandes grupos que atuam no mercado de grãos registraram tombos ainda maiores nas receitas de seus embarques em 2015. Em grande medida, por causa da queda dos preços internacionais de commodities como soja e milho. A Bunge, campeã do setor, registrou queda de 24,3%, os embarques da Cargill caíram 39%, os da Dreyfus diminuíram 27,6% e a ADM teve uma queda de 28,4%.
O bem estar do boi rende no bolso.
Uma boiada atravessando pastos verdejantes ou um caudaloso riacho é uma imagem eternizada pelas artes. Foi cantada em verso e prosa, pintada por exímios artistas e fotografada pelas lentes de renomados fotógrafos. Uma imagem bucólica e carregada de romantismo. Mas pertence ao passado.
O século XXI trouxe outras necessidades, trouxe a consciência de que tratar bem o boi é assegurar maiores lucros. Os estudos demonstram que metade dos cerca de 40 milhões de bovinos abatidos no país, anualmente, apresentam pelo menos um hematoma na carcaça. Em cada hematoma, perde-se, em média, 500 gramas de carne. É pouco se pensarmos pequeno, apenas em um boi, mas é uma enormidade se pensarmos em 20 milhões de animais com alguma lesão. A conta que os estudiosos fazem é da perda de quase R$ 1 bilhão anualmente.
Como as áreas acometidas por lesões devem ser descartadas de acordo com a lei, as contusões fazem com que os cortes fiquem menores e menos atrativos no mercado nacional. Além disso, a qualidade da carne é afetada, uma vez que a perda de sangue em virtude da lesão forma sobre os cortes de carne um substrato rico para o crescimento de bactérias, diminuindo seu tempo de vida útil nos pontos de venda. Identificar as causas das perdas é uma tarefa de múltiplas origens. Manejo mal feito nas fazendas, distância entre a fazenda e o frigorífico, estradas em más condições de tráfego, tipo de veículo para o transporte dos bovinos...Todavia, alguns são conhecidos quase que na totalidade das fazendas: porteiras que se abrem no contra fluxo dos animais é garantia de lesões e muitos acidentes. Começam a surgir as novas porteiras que são abertas no fluxo da corrida do gado. O tronco coletivo, ou brete, ganhou tábuas nas frestas das laterais para impedir que os bovinos visualizem os peões e se assustem. No embarque dos animais nos caminhões, instalaram portas nos embarcadouros que são abertas pelas laterais. Eliminaram as portas tipo "guilhotina" do caminhão pois quando ela desce bate em cima do lombo do animal, isto é, batem na picanha e no contrafilé. Segundo os estudos, pelo menos dois animais são lesionados em cada lote embarcado em caminhões com portas "guilhotinas". Não há dúvida, o bem estar do boi rende no bolso.
Um mundo feito de açúcar.
O mundo nunca teve tanto açúcar estocado. Quem afirma é a Organização Mundial do Açúcar, sediada em Londres. As colheitas de cana-de-açúcar crescem na Índia e na Tailândia, países que disputam com o Brasil a primazia de serem os maiores produtores. As usinas nacionais elevam as exportações para aproveitarem a queda do real; as plantações que outrora foram prejudicadas pela seca, agora, estão reanimadas pelas chuvas.
Estima-se que a produção de açúcar supere as vendas e necessidades pelo quinto ano consecutivo, elevando os estoques ao nível mais alto da história. Essa abundância mundial indica que os preços venham a cair ainda mais (caíram mais de 50% nos últimos três anos). Para a indústria de chocolates da Páscoa a queda do açúcar veio tão somente equilibrar os custos de produção uma vez que os preços do leite e do cacau subiram. Os especialistas estão fazendo previsões de um excesso de açúcar da ordem de 620.000 toneladas no ano. O consumo de açúcar também vem crescendo para desespero de médicos e nutricionistas. Na Europa saiu de 35,1 kg para 37,1 quilos por pessoa, por ano e nos Estados Unidos foi de 31 kg para 32,5 quilos por pessoa anualmente. A média no mundo é de 23 quilos por pessoa a cada ano.
Tirando as estrelas e camisa vermelha.
O PMDB após o mandato de Sarney na Presidência da República era um partido destroçado e desacreditado. O PSDB desde o fim do mandato de Fernando Henrique Cardoso era um partido sem penas e sem bico, um simulacro de intelectuais e endinheirados. O PT conta com todos esses qualificativos e muito mais - destroçado, desacreditado, sem forças e sem cor. Mas ainda conta com a caneta, símbolo maior do poder presidencial e com o aquele que era o maior líder popular dos últimos tempos - Lula. Isto é, o partido tornou-se uma péssima opção para a militância política, mas o governo ainda tem muitos poderes e benesses em suas caixas e armários. Também tem com o que sonhar - a volta "triunfal" de seu líder maior.
Hoje, há uma grande quantidade de petistas pensando em "mudar de ares", em militar em outro partido, mas as dúvidas dificilmente serão resolvidas em um prazo curto de tempo.
A imprensa noticiou. O Senador Delcídio do Amaral era a única liderança expressiva petista no aniversário da Senadora Marta Suplicy. Todos sabem que a senadora já está no PSB, faltam apenas algumas peças do enxoval a serem colocadas nas malas para o novo "casamento" com esse partido "nordestino". A imprensa também noticiou que o Senador Delcídio, junto com outros dois senadores petistas -Walter Pinheiro (BA) e Paulo Paim (RS) - "estariam pensando em trocar de barco".
O Senador Delcídio nunca teve profundas raízes decoradas com estrelas e camisa vermelha. Suas cores sempre foram as de "todos". Jamais usou sequer uma ponta da estrela petista. No passado, não muito distante, era tucano. Mas, foi eleito presidente da CAE - Comissão de Assuntos Econômicos - do Senado, uma das mais importantes do país com o apoio do PT. Também sabe que as portas dos ministérios se abrem com maiores facilidades com as chaves estreladas. Um impasse que provavelmente venha a ser resolvido em 2018.
O agiota que virou idiota.
Agiota ou usurário é aquele que vende dinheiro fora do mercado legalmente constituído pela rede bancária. É uma atividade ilegal, mas comum. Pelo menos três famílias tradicionais de Campo Grande constituíram fortuna com essa prática. Muitos outros agiotas menores pululavam no mercado de venda de dinheiro pela cidade. O agiota tradicional vendia dinheiro cobrando acima de 10% de juros. A transação envolvia primeiro a transferência de algum imóvel ou outro bem para o agiota e após concretizada a transferência é que o dinheiro era entregue. Em caso de pagamento na data acertada, o imóvel ou um carro, por exemplo, retornava para o proprietário de origem. Com um dia de atraso no pagamento do dinheiro devido o imóvel ficava para o agiota. Uma transação garantida e muito lucrativa. Em verdade, o agiota apostava no fabuloso lucro com a aquisição de um imóvel por preço vil. Era um método praticado por poucos endinheirados para atender somente aqueles que dispunham de algum patrimônio considerável.
Também existiam os pequenos agiotas. Aqueles que trocavam cheques miúdos de pequenos comerciantes e pecuaristas. As taxas de juros cobradas eram inferiores aos primeiros. Giravam entre 7% e 10%. A garantia era um cheque que era de um terceiro. Também aceitavam eletrodomésticos garantidores do "empréstimo". Em caso de não pagamento da dívida iam até a residência do endividado e levavam o seu aparelho televisor. A principal missão do pequeno agiota era a de montar uma "carteira" de clientes. Não podiam depender de um ou dois clientes sob risco de falirem.
A truculência e mesmo a violência explícita eram comuns. Há narrativas fabulosas, talvez lendárias, de que os três maiores agiotas estariam envolvidos em assassinatos. Se perderam no tempo e na ineficácia da justiça do passado.
A prática da agiotagem começou a fenecer devido à cobrança do IOF e do aumento de fiscalização bancária feita pela Receita Federal. Algo de muito estranho ocorreu. O agiota é por definição o principal concorrente dos bancos. Todavia, os agiotas investiam seus lucros na rede bancária que se fazia de cega para essa prática. Não enxergava propositadamente seu principal concorrente. Um imposto, o IOF, e a ação do fisco federal transformou o agiota em um idiota. E os banqueiros nunca agradeceram os governantes. Hoje, a agiotagem é uma rede diminuta e com margem de lucro irrisória, quando comparada à rede bancária.