O que há de semelhante entre Messi e Neymar?
Quando as coisas ou as pessoas, mesmo as mais virtuosas, passam muito tempo sob escrutínio, com suas vidas e ações expostas a toda hora, acabamos sempre por ver-lhes defeitos. É natural. Essa é uma semelhança entre Messi e Neymar. Ainda que o comportamento dos dois seja oposto.
Apesar de genial, Messi, que está no topo do futebol desde os dezesseis anos, por nunca ter ganho nada com sua Argentina, é chamado de perdedor até por seus compatriotas. O craque argentino também sabe cuidar de sua imagem para a posteridade. Não ostenta fora dos campos de futebol e tem um comportamento quase irrepreensível dentro dos gramados. É o famoso bom-menino, ainda que pese sob ele e sua família acusações pesadas de sonegação de impostos que se não fosse sua fama, estariam na cadeia.
Um excelente jogador e nada além disso, essa a verdade que alguns demoram a aceitar. Esta é a verdadeira condição de Neymar. Está muito longe de figurar entre os melhores do futebol mundial. Não entra na lista dos Top 10. Tal como Messi, Neymar nunca ganhou nada para o Brasil. Com alguns anos de atraso, somente agora, nas Olimpíadas, a população começa a enxergar sua real condição. Neymar jamais será líder de coisa alguma Tem um ego exacerbado e comporta-se como um enganador, dentro e fora dos campos de futebol. Seu cai-cai, suas quedas dignas de um ator de filme pastelão foram consertadas na Europa que não admite essa falcatrua. O comportamento fora dos campos lhe cobra melhor performance, abusa do direito de ostentar sua fortuna.
Mas, ambos, Messi e Neymar, fora de suas seleções, restringirão as possibilidades de vitórias. Fazem falta.
Um futuro de crescentes atritos sociais se avizinha.
Há um fato surpreendente, contrário à toda experiência ocorrida na história, a crise financeira, uma crise gigantesca que deveria revitalizar a esquerda mundial, tanto intelectual quanto moralmente, foi na verdade acompanhada por uma quase completa desintegração dos vários projetos da esquerda. Anteriormente, crises econômicas eram sinônimo de crescimento das várias posições de esquerda.
E qual a razão para isso? Pouco a pouco, gestou-se uma crise na coalização das tendências esquerdizantes que a fez perder o apoio de sua tradicional base eleitoral. A esquerda, assim como a direita, sempre foi uma coalizão de muitos interesses distintos, de muitas ideias diferentes. As ideias marxistas de dividir as coisas de maneira binária - uma esquerda e uma direita - nunca funcionou. Era apenas uma ideia.
O que há de interessante na esquerda é seu cosmopolitismo. É claro que não estamos falando da esquerda do Mato Grosso do Sul. Por aqui, a esquerda é uma coalizão do que há de mais atrasado no pensamento civilizatório. A esquerda esteve ao lado do feminismo, das causas do Terceiro Mundo, dos direitos raciais, e das minorias em geral. Mas no avançar dessas causas, muitas delas fizeram com que sua base principal se dissociasse, essas mudanças terminaram por fazer com que, principalmente os homens, se distanciassem das esquerdas. Esses movimentos sociais nunca pertenceram aos trabalhadores. Olham para esses movimentos sem ser capaz de se identificar. "Eles não são como nós". O que procuravam eram partidos que enfatizassem seus valores fundamentais que são a hierarquia, a ordem, a proteção contra mudanças sociais desestabilizadoras e, principalmente, a reafirmação de sua posição econômica e social na sociedade. Vejam bem, qual a relação das passeatas gays com os interesses dos trabalhadores, para ficarmos com apenas um exemplo?
As esquerdas subestimaram o grau de incomodo vivido pelos homens mais pobres, associado com mudanças sociais que afetam o seu orgulho próprio, seu senso de masculinidade. Não estou defendendo essa posição. Mas é o que está acontecendo. E muitas das mulheres desses homens trabalhadores os acompanham nesses sentimentos.
Assim, uma aliança que havia sido duradoura, entre causas progressistas - a defesa dos direitos das minorias - e os interesses dos grupos de trabalhadores mais pobres, entrou em crise. A esquerda enfraqueceu. Como não há vácuo, foram procurar seus interesses no polo oposto. E encontraram. Encontraram políticos que apoiam uma combinação que pode ser classificada como "etnonacionalismo" - contra migrantes e todas as demais cores de pele que não seja a minha, envolta em um invólucro nacionalista. São as mesmas posturas políticas que defendem o protecionismo econômico e o conservadorismo social. Um futuro de crescentes atritos sociais se avizinha.
A indústria do esporte exibe cifras cada vez mais impressionantes.
Tudo começou em Grenoble, na França, nos Jogos Olímpicos de Inverno de 1968. Atletas da delegação norte-americana começaram a reclamar de saudades de suas casas, da temperatura e da comida. Ninguém pensava em uma solução, teriam de esperar pelo fim das competições. Os comentários chegaram aos Estados Unidos. Uma mediana rede de sanduíches encontrou um meio de "minimizar" o problema. Enviou para a delegação dos Estados Unidos milhares de hambúrgueres. A iniciativa causou enorme repercussão e registrou o primeiro contato de uma empresa de fora do mundo esportivo com os atletas e esportes em geral. A rede é o McDonald´s. Na Olimpíada subsequente, em Montreal, a empresa de fast food se tornou patrocinadora.
Quando os organizadores do Campeonato Inglês anunciaram que os clubes dividiriam R$ 21 bilhões em direitos de transmissão do evento o mundo futebolístico se assustou. Para 30 segundos de propaganda no intervalo do Superbowl, a decisão do futebol norte-americano, cada anunciante desembolsou R$ 16 milhões. Ainda assim, há briga por espaço televisivo. Levantamento da Forbes aponta Cristiano Ronaldo como o mais bem pago da última temporada com ganho de R$289 milhões em 2015. Messi aparece em segundo com R$ 267 milhões. Neymar passou a ganhar algo como R$ 100 milhões a partir deste mês.
O Comitê Olimpíco Internacional estima que as receitas previstas só com os direitos de transmissão dos Jogos Rio-2016 atinjam R$ 13 bilhões. O público estimado de telespectadores dos jogos é de 5 bilhões de pessoas. Mais de 200 países estão transmitindo os jogos. A Copa do Mundo de 2014 é só mais um exemplo de quanto dinheiro a bola faz girar. O evento no Brasil rendeu à Fifa quase R$ 17 bilhões. Pouco mais da metade desse valor foi lucro.
Ainda temos a quase totalidade de dirigentes amadores e incompetentes. Os clubes brasileiros ainda pensam em aprender gestão. Os clubes são administrados, na melhor hipótese, por apaixonados que nada sabem. Comportam-se como políticos administrando governos. Aumentam as receitas e sobem as despesas sempre acima da capacidade. No Brasil, os vinte maiores clubes faturaram quase R$ 3 bilhões no ano passado. Em 2010, o faturamento era de pouco mais de R$ 1 bilhão. Nunca avaliam o que é melhor financeiramente, trabalham apenas com a pressão por resultados, gastam em demasia com contratações. E isso a médio e longo prazo é uma bomba-relógio.
Encontrada a agenda do nazista Himmler. Mostra um medíocre poderoso.
Como pode um personagem medíocre alcançar tanto poder? Essa é a pergunta que a história vem fazendo sobre um dos homens mais sanguinários do período nazista. Após uma extensa biografia de Himmler, escrita pelo alemão Peter Longerich, surge uma agenda detalhada do cotidiano de Himmler.
O "gênio do mal" como era conhecido, era tímido, solitário e odiava as mulheres. Não tinha traço algum de genialidade. Himmler era um monstro que sonhou eliminar da face da Terra a todos que considerava indesejáveis: judeus, africanos, ciganos, homossexuais...
Graças ao descobrimento de uma agenda, escrita por seus assessores, no arquivo do Ministério da Defesa russa, o mundo sabe agora como atuava o inescrupuloso genocida. A agenda descreve minuto a minuto o que fazia Himmler nos anos de 1938, 1943 e 1944. O jornal alemão Bild está publicando a agenda. "Himmler era uma besta repleta de contradições", diz um trecho do Bild. "Por um lado era o executor de fuzilamentos massivos e que planejou, até os mínimos detalhes, o Holocausto. Mas também era uma personagem hipócrita, que se preocupava com seu exército [as tropas SS], sua família e amigos", completa o texto de apresentação da agenda, com as palavras de um professor de história alemão.
Hoje, sabemos que após o suicídio de Hitler, o chefão das SS tentou dar uma reviravolta em sua vida. Himmler prisioneiro das tropas britânicas, solicitou uma entrevista com o presidente dos Estados Unidos, Dwight Einsenhower, visando montar um sistema de colaboração para combater os soviéticos. Nunca foi atendido. Himmler suicidou em maio de 1945 mordendo uma cápsula de cianureto que tinha escondida entre os dentes.