O ressurgimento da dona de casa submissa e abnegada
"Donas de casa de nossa geração que estão felizes de submeter-se e cuidar de seu lar e de seu esposo como se fosse 1959". Assim define o propósito da #tradwives bem como a plataforma online "The Darling Academy", que defendem e promovem esse estilo de vida baseado na esposa tradicional. É um movimento que vem sendo gestado na internet.
"Sou a CEO de minha empresa, encarregada de minha casa".
As mulheres que participam desse movimento reivindicam a satisfação de fazer uma torta para desestressar e surpreender o marido quando chega em casa. Defendem uma autonomia que consiste em usar como elas quiserem o dinheiro para comprar comida e gastos pessoais deixado mensalmente pelos maridos. Uma delas explica: "Sou a CEO de minha empresa, encarregada de minha casa". Mas diz que há limites, não compraria um sofá sem o consentimento do marido.
Adesão de 100.000 mulheres no Brasil, Inglaterra, EUA e Japão.
Inspirado no modelo da dona de casa norte americana dos anos cinquenta, quando a sociedade e a publicidade enviavam mensagens de que a felicidade da mulher responde ao ideal da dedicação exclusiva ao âmbito doméstico, o movimento se expande pelo mundo. Já estão inscritas mais de 100.000 mulheres brasileiras, norte americanas, inglesas e japonesas na #tradilife e na #tradwife (algo como "mulheres tradicionais"). Dão instruções para que elas "não vistam roupas desalinhadas para que não possam ser consideradas lésbicas". Apenas um parêntese: lésbicas andam desalinhadas?
Coach de feminilidade.
As mais espertas já se lançaram como "coach de feminilidade", se propõe ensinar as outras interessadas em como se tornar donas de casa. Na Inglaterra e no Japão não há qualquer ligação com partidos ou movimentos políticos. No Brasil, como sempre, há uma mistura geral. A famosa geleia de tudo. Já nos EUA, o movimento está diretamente vinculado aos homens brancos de extrema direita.