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Em Pauta

O tratamento para o mal de parkinson

Mário Sérgio Lorenzetto | 13/06/2016 08:12
O tratamento para o mal de parkinson

O cientista francês o descobriu quase por acaso. Era 1987, quando o neurocirurgião Alim-Louis Benabid estava no hospital de Grenoble, na França, realizando uma operação no cérebro de um paciente com parkinson. O homem não parava de tremer. O medico tentava solucionar uma pequena coagulação no tálamo (parte do cérebro) e não queria provocar uma lesão na região, assim decidiu aplicar um pequeno estímulo elétrico de muito baixa frequência. Foi uma tentativa arriscada, sem saber os resultados. Temia que ocorressem câimbras, contrações ou paralisia. Nada disso ocorreu. De repente, o paciente deixou de tremer.
A partir dessa experiência, realizou o mesmo procedimento com outros quatro pacientes. Primeiro aplicava uma frequência de 50 hertzs, depois aumentava a 100, chegando a 130 hertzs. O tremor desaparecia completamente.
Passaram-se quase 30 anos. Esse método, hoje, é conhecido como Estimulação Cerebral Profunda (DBS, sigla em inglês). Mais de 150 mil pacientes no mundo se beneficiaram do experimento de Benabid. O estímulo elétrico é administrado por meio de uma sonda carregada com eletricidade que permanece implantada de forma permanente no cérebro. O implante é realizado com uma pequena incisão e é reversível,se não funcionar, pode ser retirado com facilidade.
O descobrimento de Benabid permitiu a continuidade dos estudos sobre o parkinson, mas também abriu possibilidades para outras experiências. Anorexia, obesidade, depressão, mal de Tourette e os transtornos obsessivos compulsivos (TOC) estão sendo pesquisados com técnicas similares.

O tratamento para o mal de parkinson

Gordura ou açúcar. Qual ocasiona mais problemas cardíacos?

A resposta correta é: não sabemos. Para entender esse debate é preciso retroceder ao ano 1955. Naquele ano distante, Dwight Eisenhower sofreu um ataque cardíaco. Em vez de fingir que nada tinha ocorrido, costume dos políticos, o então presidente dos Estados Unidos, fez questão de tornar público os detalhes de seu problema de saúde. Logo a seguir, seu médico, Paul Dudley White, deu uma entrevista coletiva na qual instruiu os norte-americanos sobre como evitar doenças cardíacas. Afirmou o médico que a população deveria reduzir a gordura e parar de fumar. White chegou a escrever um artigo em que citava a pesquisa de um nutricionista da Universidade de Minnesota, denominado Ancel Keys.
As doenças cardíacas eram raras até a década de 1920, na de 1950 vitimava homens de meia-idade em proporções assustadoras. Esses números colocaram os cientistas em busca da causa de tantas mortes. Ancel Keys oferecia uma resposta: a "hipótese dieta-coração", mais conhecida como "hipótese gordura". Trata-se da ideia, corrente até os dias atuais, de que uma alimentação rica em gordura saturada - provinda de carne vermelha, queijo, manteiga e ovos - aumenta o colesterol, que, ao se solidificar nas artérias coronárias, torna-as mais rijas e estreitas, até que o fluxo de sangue estanca e o coração para.
Keys era carismático e combativo. Rude e crítico a ponto de ser agressivo. Ele exalava convicção em uma época em que a confiança era bem-vinda. A "hipótese gordura" passou a reinar entre médicos e o público. Mas houve uma pequena onda de descrédito em 1969. Eisenhower havia cortado totalmente a gordura de sua alimentação, ainda assim, passados 14 anos sem gordura alimentar, faleceu de doença cardíaca. Muitos cientistas, especialmente os britânicos, sempre foram céticos a essa hipótese. O cético mais famoso era John Yudkin, à época, o principal nutricionista inglês. Quando examinou os números, surpreendeu-se com outra relação que poderia ocasionar doenças cardíacas - o açúcar. Yudkin promoveu uma série de experiências, com animais e humanos, e observou, que o açúcar é processado no fígado, onde se transforma em gordura antes de penetrar na corrente sanguínea.
Yudkin notou também que, embora os seres humanos sempre tenham sido carnívoros, os açúcares só passaram a frequentar, em diminuta quantidade, nossas refeições há 10 mil anos, com o advento da agricultura. O açúcar sem fibras ou valor nutritivo, faz parte da alimentação ocidental há meros 300 anos. Em termos evolucionários é como se tivéssemos iniciado hoje a comilança de açúcar. Para Yudkin, era mais provável que adoecêssemos não pela substancia pré-histórica - a gordura - mas pela inovação recente - o açúcar. Yudkin escreveu um livro tratando do assunto. Seu "Pure, White and Deadly" ("Puro, Branco e Fatal) foi trucidado pela indústria alimentícia. Até hoje, não sabemos quem tem razão.

O tratamento para o mal de parkinson

Muu, um aplicativo que dá o mapa do bife que come.

Muu é um novo aplicativo português. Ele está ganhando todos os prêmios de melhores negócios. A ideia fundamental do Muu foi, com a rentabilidade como objetivo, poder dar tecnologia aos pecuaristas, aos frigoríficos e aos consumidores de carne bovina, para que possam compartilhar o alimento que produzem e consomem. Em termos práticos a ideia é simples. Parte do princípio de que a rastreabilidade dos bovinos é obrigatória na Europa, desde 2008, com a doença da vacas loucas. Muu é um instrumento importante para dar segurança ao consumidor e também funciona como importante instrumento de marketing. Enquanto você come um bife pode saber onde o boi nasceu, qual a vaca lhe deu origem, como foi alimentada, que medicamentos tomou, quando foi abatida e há quantos dias foi vendida ao açougue ou supermercado. Um verdadeiro mapa do bife. Dá até para chamar os bois pelo nome. É o necessário processo de transparência nas relações entre produtores e consumidores de alimentos.

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