O triste fim de dois artistas que retratavam indígenas em suas obras
Dois artistas que retratavam indígenas, dois tristes fins.
Os povos indígenas que viviam no Mato Grosso do Sul e nos Estados Unidos estão imortalizados. Há uma dívida, nunca reconhecida, com seus autores. Nos EUA, o pintor George Catlin se propôs a captar as imagens, através dos pincéis, de todos aqueles povos antes de sua extinção. No Mato Grosso do Sul, Guido Boggiani, um italiano, registrou através das telas e das fotos a vida de todas as povoações indígenas que aqui viviam no fim do século XIX.
Em 1840, no Egyptian Hall de Piccadilly, no coração de Londres, foi inaugurada uma exposição que passou sem fama nem glória: 500 retratos de indígenas de várias tribos da América do Norte. O autor era um pintor chamado George Catlin que não havia encontrado nenhum comprador para sua coleção. Tampouco encontraria na Inglaterra. Nem na França, onde logrou ganhar a admiração de ninguém menos que o poeta Charles Baudelaire. Catlin ficou arruinado com o grande projeto de sua vida: pintar pelo menos a um membro de cada tribo. Sua história é a de um completo espírito livre que deixou a toga de advogado e embarcou em quatro larguíssimas viagens, durante nove anos pelos Estados Unidos que não paravam de matar índios e crescer. Hoje essas telas são as estrelas principais do Smithsonian Institute de Washington, o órgão público que trata de povos indígenas do mundo todo.
Entre 1888 e 1889, um italiano nascido em Omegna, no norte daquela península, chegava ao Mato Grosso do Sul. Era um fotógrafo, pintor, comerciante e linguista. Guido Boggiani viajou diversas vezes ao território que hoje pertence ao Mato Grosso do Sul. Entrou em contato com muitos povos indígenas, reunindo anotações e ilustrações que resultariam em publicações pioneiras sobre os habitantes da região. As mais de 400 fotografias em placas de vidro com retratos das etnias Kadiwéu, Bororo, Chamacoco, Lengua, Sanapás, Piaguás e Toba constituem o primeiro registro visual desses povos. Seus estudos e anotações se tornaram referências para intelectuais como A. Metraux, Lévi-Strauss e Darci Ribeiro. Boggiani buscou agregar um refinamento artístico ao registro etnográfico em suas fotografias, dada a sua experiência como pintor. Em 1902, a pedido da comunidade italiana de Assunção, um grupo parte em busca do paradeiro de Boggiani que estava há meses sem dar notícias. Encontram seus restos, e de seu ajudante, decapitados. Uma das suposições é para que sua alma não pudesse retornar ao corpo e causar males após sua morte. O ato de fotografar poderia ser considerado como uma bruxaria perversa. A outra hipótese de seu assassinato seria decorrente de um ato homofóbico. Boggiani era um gay assumido. Fato mais do que raro em sua época. Muito de seus importantes manuscritos, belíssimas fotos e pinturas têm sido publicados no mundo todo, especialmente em Buenos Aires e em Praga. Menos no Mato Grosso do Sul. Ainda existe um último manuscrito não editado.
A contracultura resiste.
O termo contracultura nasceu faz 47 anos pelas mãos do historiador norte-americano Theodore Roszak. Fazia alusão à eclosão de movimentos opostos à cultura majoritária. Um deles, o dos hippies, se fez famoso pelas drogas e pelo amor livre. Mas também pelo pacifismo e anticonsumismo. Sua rebeldia encontrou seu leito de expressão através do rock e do folk, com festivais como o de Woodstock e o da ilha de Wight. Resta pouco do pacifismo, mas o anticonsumismo ganha vulto e importância.
Pela primeira vez na história de nossa espécie, não estamos sozinhos nem entediados.
Existe uma grande possibilidade de que você tenha um celular, uma página no Facebook e uma conta no Twiter. Há também uma boa possibilidade de que você já tenha ignorado um amigo, colega ou membro da família que estava na mesma sala que você, porque estava totalmente absorto em sua tecnologia social. Essa tecnologia significa nunca ter de se sentir só ou entediado. Mas, ironicamente, ela pode nos deixar menos atentos às pessoas mais próximas e até dificultar a experiência de estarmos sós, conosco mesmos.
É verdade. Ainda estamos apaixonados por essas tecnologias. Somos como jovens amantes temerosos de que falar sobre o romance estragará tudo. Não temos a opção de "pular fora" de um mundo com essa tecnologia. A questão é: como viveremos uma vida mais significativa com algo que está sempre ligado e sempre com você? E esperem só até que isso também esteja em seus ouvidos, em suas roupas e em seus óculos. As mensagens anti-tecnológicas são furadas. Mas estamos em um ponto de inflexão. Precisamos equilibrar o real com o virtual. Precisamos defender nossos relacionamentos com os filhos, nossas comunidades de amigos e colegas e com nossos parceiros íntimos. Será que é tão difícil tomarmos as refeições com as nossas companhias excluindo essa tecnologia? Será que é difícil dirigirmos os carros acompanhados tão somente por humanos reais, excluindo durante a viagem os virtuais?
A Argentina vai às ruas contra os assassinatos machistas.
Foi uma manifestação sem precedentes. Milhares de pessoas nas ruas. Políticos, artistas e personalidades irmanados. Em muitas cidades a cena se repetiu. Tudo começou com o assassinato de uma jovenzinha de apenas 14 anos de idade. Ela estava grávida de seu namorado de 16 anos. Ele a matou e enterrou no jardim e contou com a ajuda de seus pais. Foi a gota d´água.
A Argentina é reconhecida como um dos países mais machistas do mundo. Aliás, este é continente extremamente machista. Na Argentina não existe nem mesmo estatística oficial de assassinatos machistas. Uma ONG, "Casa de Encontros", diz que por lá é assassinada uma mulher a cada 30 horas.
O movimento argentino foi forjado em apenas três semanas. Mas teve tamanha ascensão que está sendo levado para os países vizinhos. Chile e Uruguai se preparam para repetir esse tipo de manifestação. Em Santiago e em Montevidéu já há datas para que elas ocorram. Até mesmo Miami (EUA), um enclave latino-americano, a onda chegou. No Brasil? Oras, no Brasil só existe espaço para discutir a política eleitoral e a economia. Mas não custa perguntar: quem o machismo brasileiro matou hoje?
Okinawa, no Japão e Sardenha, na Itália, são as terras onde vive o maior número de pessoas com mais de cem anos.
A imortalidade é um desejo do humano desde a Pré-História. Mas ela é inalcançável. Sem a vida eterna, prolongá-la é o desejo da maioria das pessoas. A barreira dos que passaram dos cem anos já foi amplamente superada por 500.000 "terráqueos". Parece ser tanto tempo de vida que dá até para desconfiar se são mesmo do planeta Terra. O maior número dos centenários moradores do planeta vive em duas ilhas - Okinawa e Sardenha.
Segundo os últimos estudos científicos as 13 chaves da longevidade podem ser resumidas em:
1. Reduza seu consumo de calorias.
2. Não se esqueça do brócolis, frutas e café.
3. Uma vez por semana coma torrada com gordura de porco.
4. Mantenha distância dos pneuzinhos.
5. Caminhe 30 minutos em seis dias da semana.
6. A partir dos 70 anos, tome cuidados especiais com os movimentos.
7. Mantenha atividade sexual.
8. Durma até 10 horas por dia.
9. Leia e jogue.
10. Viva em casal.
11. Conserve seus amigos.
12. Tome cuidado com seus dentes.
13. Visite seu médico com frequência. As populações de Okinawa e Sardenha visitam, em média, 13 vezes ao ano, seu médico.