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Em Pauta

O último sacerdote e último batizado, a Igreja arde

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/03/2022 07:28
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A metáfora foi construída em cima do incêndio da catedral de Notre Dame. Andrea Riccardi, um dos historiadores de maior prestígio na Itália, fundador da Comunidade de cristãos de Santo Egidio, fez uma profunda análise da crise do catolicismo romano. "Notre Dame arde e o cristianismo se apaga", diz Riccardi.


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Fundador da comunidade católica mais influente.

Riccardi tinha dezoito anos (agora tem 72) quando fundou a Comunidade de Santo Egidio. Era agosto de 1968 e estava entristecido pela invasão da Tchecoslovaquia feita pela URSS. "Foi a revelação da brutalidade dos regimes comunistas, mas tampouco nos reconhecíamos na brutalidade dos Estados Unidos no Vietnam". "Algo ia mal, começando pelo homem", afirma. "Não fomos os únicos em ter essa reação. Houve um movimento que trouxe consigo, a necessidade de uma igreja diferente, centrada no Evangelho e presente entre os pobres". Hoje, essa Comunidade está presente em 70 países e conta com mais de 50.000 adeptos. Considerada por muitos, como a única que nunca recebeu um gesto ou palavra de reprovação.


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Não aceitou ser candidato à presidência da Itália.

Vários grupos, de distintos partidos, procuraram Riccardi para tentar convencê-lo de se candidatar à presidência da Itália. Ele seria um emblema de integração entre as várias correntes partidárias e de acolhimento de refugiados. Ele também é presidente da Sociedade Dante Alighieri, que leva ao mundo a cultura italiana. Mas foi em vão, Riccardi é o arquétipo do bom cristão, homem devotado aos outros.


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O último sacerdote e último batismo.

Com a "Igreja arde", Riccardi dá um passo surpreendente. Reconhece que a Igreja romana se apagará se não realizar profundas reformas. Alguns dados, estremecem. Junto com outros pesos pesados do cstlolicismo romano como Jérôme Fourquet, Emmanuel Todd e Hervé Le Bras, diz que, a confirmar as tendências atuais, em 2048 seria celebrado o último batismo; em 2031, o último matrimônio católico, e poderia desaparecer por completo os sacerdotes em 2044. O que será do mundo sem o catolicismo romano? É possível reverter a perda de fiéis para o islamismo no mundo todo? Ou para o evavgelhismo, no Brasil? Ficar de braços cruzados, olhando a abóbada das igrejas, é comungar e aplaudir esse fim inaceitável.

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