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Em Pauta

Portugal: 4 mil pedidos de visto em uma semana

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/09/2017 06:28
Portugal: 4 mil pedidos de visto em uma semana

Primeiro foi a reeleição de Dilma. Depois, o desemprego e recessão. Agora, o temor de vitória do Bolsonaro ou de uma intervenção militar. O fato é que Portugal passou a ser o centro do imigrante brasileiro. Sai a Miami de Donald Trump e entrou Lisboa e pequenas cidades vizinhas (imóveis mais baratos).
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - SEF - diz que disparou o número de imigrantes requerendo visto de residência em Portugal. Em uma semana entraram 4.073 novos pedidos. A maioria alega "promessa de contrato de trabalho". A nova lei de migração portuguesa concedeu uma facilidade a mais: basta uma promessa de trabalho e uma inscrição na Segurança Social. E o melhor, não há necessidade do pedido ser presencial - como era há pouco tempo - basta preencher os formulários online do SEF. Depois de milhares de brasileiros, ucranianos, nepaleses e indianos estão na corrida para obter o visto de residência. Nunca foi tão fácil. Duvido que dure muito tempo.

Portugal: 4 mil pedidos de visto em uma semana

Uma nova Proposta de Reforma Tributária.

A organização dos tributos brasileiros vive em estado caótico há decênios. Pior que a elevada carga tributária é a organização dos tributos. O país construiu uma imensa colcha de retalhos que asfixia contribuintes e cobradores de impostos. Ninguém se entende e os tribunais estão abarrotados de pendências tributárias. Há pouco o Deputado Luis Carlos Hauly, do Paraná, apresentou uma proposta de reformar totalmente a organização dos impostos municipais, estaduais e federais. Seriam extintos onze impostos e contribuições que incidem sobre o consumo. Destacam-se o IPI, ICMS, ISSQN e PIS/Cofins. Ainda que Hauly mude o nome - ideia sem sentido - o Brasil passaria a ter o IVA. Tal como uma enorme quantidade de outros países, o IVA é na maioria das vezes, o único imposto a ser cobrado em vários países. Sairia um emaranhado de malandragens, criadas para beneficiar exclusivamente os cofres federais, e entraria um imposto único. Sairia o caos e entraria a organização.
Várias indústrias deixaram de vir para o Brasil devido ao receio da barafunda de nossos impostos. Não há gringo que entenda. Aliás, nem mesmo os cobradores de impostos entendem o que cobram, especializam-se em diminutas parcelas de cada imposto e deixam ao relento a totalidade do que deveriam cobrar. Nas empresas a estruturação de departamentos de pagamento de impostos é similar. São mastodontes caminhando para o abismo, lentamente vão para o desaparecimento. Todavia, se todos concordam que deve existir uma reforma tributária, nenhum governante - na ditadura e na democracia - conseguiu organizar essa antiga prática falida. O motivo é sempre o mesmo, a eterna disputa pelo dinheiro entre federação, estados e municípios. É impossível que eles se unam pacificamente. Hauly terá pela frente uma missão além do impossível. Mas é uma atitude salutar.

Portugal: 4 mil pedidos de visto em uma semana

Bons ventos na economia poderão reduzir espaços da demagogia de 2018.

O Banco Central acaba de divulgar sua estimativa para a variação do PIB do último mês de julho. É um numero forte. O IBC-Br variou entre junho e julho 0,41%. Desmentiu todos os analistas do apocalipse. O máximo que estimavam era de 0,10%. Esse número, apesar de pouco propagandeado, juntou-se a vários outros indicadores. Aumenta a convicção de que 2018 será um ano em que a volta do crescimento será incontestável, depois de quase três anos de amargura. Com a economia crescendo por volta de 3% a 4% em 2018 - é o que se pode projetar com os 0,41% verificados em julho - é um fator determinante para que tenhamos a possibilidade de construir um governo responsável. Um governo que leve adiante os avanços na área econômica e na política. Caso se efetive, o espaço para a demagogia - à direita e à esquerda - será muito reduzido. Esse numero também nos possibilitará almejar uma agenda de continuidade de política econômica correta com as reformas estruturais que o país têm se acovardado para enfrentar. Mas o 2018 terá de enfrentar nos primeiros meses as pesquisas eleitorais. Caso um candidato pró-mercado ocupe boas posições, poderemos atravessá-lo sem as penúrias dos últimos tempos.

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