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Em Pauta

Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/04/2018 08:10
Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell

E o lápis foi parar em Harvard. A história da fábrica de lápis alemã Faber-Castell chamou a atenção de Harvard. Tentam entender como uma firma de Nuremberg, cuja produção teve início em 1660, sobrevive na atualidade.
Na vila de Stein, próxima a Nuremberg, vivia Kaspar Faber, que trabalhava para comerciantes locais, e em seu tempo livre e por conta própria produzia lápis. Em pouco tempo, o negócio foi tão exitoso que lhe possibilitou montar seu próprio negócio.
Essa foi a partida do mair negócio de lápis do mundo, que está sendo administrado pela mesma família através de oito gerações. Essa empresa fornece um cenário único para examinar como as empresas bem consolidadas sobrevivem às inovações tecnológicas ao longo do tempo.

Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell
Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell
Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell
Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell

"Ressurgimento tecnológico".

Harvard vem analisando como as indústrias e organizações se reinventam quando enfrentam inovações e modelos de negócio que ameaçam suas existências. Introduziram o conceito de "ressurgimento tecnológico", um processo mediante o qual as empresas e setores afetados são capazes de redefinir a si mesmos. No mundo de hoje, onde as tecnologias podem ser substituídas em meses, ao invés de anos, um ingrediente chave na reinvenção organizacional é a habilidade de adaptar-se às circunstâncias cambiantes, abandonando algumas capacidades que estavam definidas, mas ao mesmo tempo mantendo a essência de quem são. O novo e muito debatido conceito é o e que a demanda continua existindo para antigas tecnologias, ou diminui para logo reaparecer em um momento posterior. A capacidade da Faber-Castell de preservar o mercado de lápis serve como exemplo desse fenômeno. Os outros estudos de caso que Harvard vem se dedicando, são o dos relógios suíços e o das cadernetas Moleskine.

Sobreviver à tecnologia: o caso da Faber-Castell

Novos mercados e algumas alterações: a receita de Harvard.

Durante o período de mudanças tecnológicas que atingem uma empresa, normalmente surgem tensões entre a preservação e a adaptação à medida que as antigas empresas tentam reinventar-se a si mesmas. Cada uma das empresas que enfrentou um choque tecnológico, obrigou seus dirigentes a tomar decisões difíceis sobre o que devia ser preservado e aquilo que deveria ser deixado para trás. Todas tiveram de decidir sobre como ampliar e fazer crescer uma base de clientes extraordinariamente fiel, ao mesmo tempo que redefiniam o valor de seus produtos. Precisarão avançar para novas categorias de mercado e novas regiões geográficas. Obrigatoriamente, dizem os professores de Harvard, essas empresas devem continuar inovando e impulsionando o crescimento dos produtos que atualmente lhes garantem êxito, mas, ao mesmo tempo, necessitam gerar novas correntes de inovação com novos produtos bem distintos dos antigos, que, provavelmente, serão aqueles que lhes garantirão a existência futura.
Faber-Castell foi capaz de sobreviver encontrando novos mercados e aplicações para seu principal produto: o lápis. A jogada mais surpreendente dessa empresa foi a de não entrar no negócio do desenho assistido pelos computadores. Isso significa ter muita coragem para não adotar uma inovação. Remar contra a maré altíssima que a quase todos antigos afoga.

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