Surge a economia da solidão. Aluga-se amigos, robôs...
A solidão está alcançando níveis epidêmicos. Está presente em residências para uma só pessoa, no trabalho à distância e em todos os aparelhos digitais que nisso levam a migrar a uma realidade virtual. A sociedade está se transformando velozmente e essas mudanças levam a novas respostas comerciais. Estamos nas portas da economia da solidão.
Os grandes números da solidão.
Um em cada quatro cidadãos se sentiu solitário durante a pandemia. É o dobro do que existia em 2016. Entre jovens, a situação é ainda mais crítica: à partir de 2016, foi multiplicado por quatro o número de solitários. E os números projetam um futuro ainda mais solitário: um terço das residências será de pessoas sozinhas.
Solidão mata.
E a solidão, quando indesejada, tem consequências palpáveis: as pessoas socialmente isoladas apresentam maiores riscos de morte prematura e são mais propensas a sofrer problemas de saúde mental. O Japão e a Grã-Bretanha detectaram o problema mais cedo que os demais países. Criaram departamentos que combatem a solidão. Mesmo com essa atitude rápida para solucionar problemas sociais, garantem que a tendência continuará em alta.
Criando comunidades.
Nesses dois países, começaram a criar edifícios onde as pessoas são quase constrangidas a se relacionarem. Usam corredores estreitos e salas multi temáticas de confraternização. Também estão dando benefícios fiscais para bares e restaurantes que retirarem as pequenas mesas e só usarem mesas gigantescas, que aproximem as pessoas. Afirmam que esse é o novo Santo Graal da economia: criar comunidade.
Aluga-se amigos.
Já há empresas que alugam amigos. A maior, conta com um catálogo de 60.000 pessoas que podem te acompanhar. Não há nada de sexista nessa ideia. Apenas acompanhamento para uma boa conversa, para compras ou tudo que julgar necessário. O preço, nos Estados Unidos e Europa, é salgado. Cobram pelo menos 100 dólares ou euros por hora de acompanhamento.
Conexões não humanas.
Os humanos vem estabelecendo conexões, que se tornam imprescindíveis, com não humanos. Siri e Alexa são alguns exemplos. Mas há outros, mais ou menos sofisticados. Os pets, animais de companhia, vivem seu auge econômico. Uma desenhista criou um boneco de pelúcia, com braços longos, para adultos abraçarem. Na largada, vendeu 10.000 exemplares. Mais de 70% das vendas eram presentes de adultos para adultos. Há cidades que estão alugando robôs para companhia. Os negócios não param de aparecer e de crescer.