Tata, o jardineiro habilidoso e traficante ninja
Quem foi o maior traficante da história do narcotráfico? Pablo Escobar, El Chapo, Marcola.... Saibam que erraram. Tata era seu apelido. Leo Sharp, apelidado Tata, sozinho, colocou 250 quilos de cocaína nas ruas de Detroit em fevereiro de 2010. Outros 250 quilos em março. Outro quarto de tonelada em abril do mesmo ano. Duzentos quilos a mais em maio e mais duzentos em junho.E isso foi apenas o que conseguiram provar.
A polícia dos EUA sabia que em algum lugar se escondia um fulano com um superpoder de passar completamente desapercebido que estava há dez anos dedicando-se a regar Detroit com uma cordilheira de cocaína. Ele era o transportador mais famoso do mundo. Todos estavam em seu encalce. Tinha uma inexplicável habilidade para conseguir que uma montanha de cocaína entrasse nos EUA passando pelos narizes dos agentes anti-drogas e chegando aos narizes dos viciados.
Após muitos anos de pesquisas, descobriram que esse traficante estaria na estrada no dia 21 de outubro de 2011. Circularia pela estrada 94 em direção a Detroit, sentado em um montão de tijolos de coca e conduzindo uma furgoneta Lincoln.
Colocaram várias patrulhas ao longo da autopista. Uma delas localizou o veículo de Tata. Iniciou uma discreta perseguição. Somaram-se a essa viatura muitos outros carros da polícia. Uma hora mais tarde, quando toda uma procissão de agentes perseguia Tata, formando uma curiosa romaria anti-droga, a furgoneta desviou subitamente da rota. Os agentes temeram terem sido descobertos. Era um alarme falso. Tata tinha saído da autopista por culpa da fome para comprar uma comida rápida em um restaurante. Minutos depois, a furgoneta voltou à autopista. A comitiva de policiais retornava à perseguição respirando aliviada.
No meio da tarde, um dos agentes se adiantou para interceptar o veículo de Tata, utilizando como desculpa uma infração pequena. A furgoneta se deteve ao lado da autopista. De seu interior saltou um idoso com poucos dentes e de aspecto desalinhado. Um velhinho que aparentava confusão e uma severa surdez. Disse, após a abordagem policial: "em meus oitenta e sete anos exijo saber porque estou sendo detido". Se mostrou muito ofendido quando lhe perguntaram se levava uma arma e lhe pareceu ridículo que estivesse sendo revistado. O homem explicou ao policial que era um veterano da Segunda Guerra Mundial, que na atualidade estava metido no mundo da hibridação botânica, porque criar novas espécies de flores ajuda a melhorar o mundo. Também disse que sua cabeça ultimamente não estava muito bem e que o motivo da viagem era reunir-se com um ex-companheiro de guerra, que não se recordava do nome nem do endereço. Negou aos policiais a possibilidade de colocar seus narizes na furgoneta. Eles resolveram optar pelas fossas nasais de um cão treinado. Quando o cão assinalou que o carro estava "premiado", Sharp gritou: "porque não me matam e me deixam abandonar este planeta?" Os agentes encontraram 104 tijolos de coca.
Em uma entrevista, no dia do julgamento mostrou algum romantismo vegetal: "Todas as plantas de Deus que são capazes de alegrar as pessoas foram criadas com um propósito: para animar as mentes das pessoas deprimidas e demonstrar-lhe que podem sentir-se bem". No dia de seu nonagésimo aniversário, Sharp foi condenado a três anos de prisão. Tata anunciou que seu plano era meter um tiro na cabeça. Logo depois foi liberado ao descobrirem que encontrava-se nas últimas. Mas ele aguentaria mais um ano antes de sair do planeta. Em 2016 faleceu em sua casa aos 92 anos. Tata foi um jardineiro habilidoso e um traficante ninja. O maior da história.
Por que usar limões (e outras frutas) ao volante.
As frutas podem ter um uso muito maior quando estamos ao volante do que se possa imaginar. Em primeiro lugar, é muito mais saudável levar uma fruta no carro do que os indefectíveis snacks ricos em gordura e caloria. Com elas nos sentiremos mais leves e sem indigestão. Por outro lado, é conveniente saber que os açúcares das frutas - a frutose - permitem que fiquemos mais despertos e ativos. Já os frutos secos nos proporcionam uma pequena, mas útil, carga de energia imediata que nos mantêm alertas. É verdade que algumas frutas são incômodas para comer enquanto dirigimos é preferível optar por aquelas que podemos comer de um só bocado como as uvas.
Os enjoos na viagem podem ser causados pela baixa taxa de açúcar no sangue. Quando aparecem, é conveniente recorrer a uma banana. O limão diluído em mel ou açúcar na água mineral é outro bom remédio para o enjoo. Também serve como uma bebida energética ou hidratante. Folhas ou pequenos ramos com folhas de limão, laranja e tangerina são ótimas opções para manter um bom odor no carro. Também recomendam misturá-las com cravo, canela ou anis. O melão ou a melancia também são bons ambientadores. A maçã, ou melhor ainda, o vinagre de maçã, pode ajudar-nos a manter limpo o carro. Basta misturar em partes iguais o vinagre de maçã com água para limpar as partes plásticas do carro. Essa solução também é útil para tirar manchas solidificadas na carroceria - de cera ou excremento de pássaros - sem danar a pintura. Para os tapetes basta logar uma colher de sal no vinagre de maçã e, depois de seco, passar o aspirador.
As fibras de banana e abacaxi deverão os novos materiais para desenvolver plásticos para automóveis já que são três ou quatro vezes mais resistentes e perfeitas quanto à ecologia. A Universidade Estadual de São Paulo apresentou um estudo assegurando que as fibras de nanocelulose obtidas dessas frutas são quase tão duras como o kevlar, um dos materiais mais duros que já foram fabricados, usados nos coletes anti-balas.
O silêncio na era do ruído.
Enfrentar o silêncio não é fácil. Encontrá-lo, tampouco. Muito menos em meio a esta cacofonia em que se converteu a vida hiper conectada. Por isso, a história de Erling Kagge, um homem em permanente busca do silêncio, deixa muitos sem palavras.
O editor, escritor,advogado e explorador norueguês, decidiu fazer, em 1992, uma mudança colossal em sua vida, em sua exploração da quietude. Mudou-se para a Antártida. O lugar mais silencioso do planeta. Durante 50 dias só conviveu com suas pisadas no gelo. Abandonou no avião em que se transladou ao Polo Sul até as pilhas do rádio que lhe haviam recomendado levar. Queria ficar completamente sozinho. Caminhou, dia após dia, em meio a uma paisagem branca e vazia. Se envolveu em nada. Enfrentou o grande silêncio.
Diz que a experiência teve seus momentos duros. Chegou a chorar de frio. Mas sentiu que seu corpo se fundia com a natureza. Seu corpo passava a fazer parte do ar, do frio e do sol. Sustenta que hoje em dia vivemos instalados em uma permanente fuga do silêncio. Fugimos de nós mesmos. Tapamos tudo com os ruídos. Só enfrentando o silêncio, conseguiremos conhecer-nos. É a chave, afirma, para uma existência plena.
Existimos em meio ao ruído. Acústico, visual, mental. Demasiadas informações chegando por demasiados canais. Estamos permanentemente ocupados, sempre buscando o que fazer. Com listas de coisas pendentes. Com o rádio ligado. Com a música escolhida. Com o televisor aceso, ainda que ninguém os escute ou veja. Alimentamos o medo do silêncio. Só a morte é mais apavorante.