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Em Pauta

Temer e Trump em terreno minado

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/05/2017 07:17
Temer e Trump em terreno minado

Os governantes brasileiro e norte-americano correm sério risco de serem defenestrados do poder. O que ocorrerá com a perda provável de seus mandatos. No mar de minas brasileiras, assumirá o poder o Presidente da Câmara Federal até que resolva se mudarão a Constituição para termos eleições diretas ou até a escolha de um novo presidente da República pelo Congresso. Já nas minas russas dos Estados Unidos, o vice-presidente assumirá.

Nos campos minados políticos, é preciso calma, há muitas indagações a serem respondidas. Mas, no mundo econômico, apressem. Não tenham dúvida alguma. Neste momento, a economia dos dois países começaram a entrar em colapso. Os dois países que davam os primeiros sinais de alguma recuperação na produção de riquezas e de empregos, retornarão a um buraco que ninguém sabe onde fica o fundo. Segurem o dinheiro que ele desaparecerá.

Temer e Trump em terreno minado

Dono de obra pode pagar dívidas trabalhistas do empreiteiro

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) acabar de firmar jurisprudência sobre os contratos de obras. À partir de agora, o dono da obra, exceto órgão público, poderá responder pelas dívidas trabalhistas do empreiteiro, desde que ele não pague ao trabalhador.

Mais de 1.200 processos estavam parados no TST aguardando por essa decisão. Os contratantes de obras para não serem incluídos como devedores deverão, obrigatoriamente, verificar a idoneidade do empreiteiro. A decisão, sem dúvida, pega todos de surpresa e pode trazer um impacto econômico difícil de ser mensurado. Até o momento, nenhuma obra era contratada tendo cláusula que tratem de conta garantia ou de retenção de valor relativo aos encargos trabalhistas.

Temer e Trump em terreno minado

Crise na indústria: não faltou crédito, mas faltou o resto

Entre 2010 e 2016, a produção industrial brasileira recuou quase 20%. No mesmo período, cresceu 20% no mundo. Isso mostra que a crise da indústria nacional é decorrente de nossos problemas e não da recessão mundial. Somos nós que criamos a crise. Curiosamente, nunca o governo federal apoiou com dinheiro barato tanto direta quanto indiretamente a indústria quanto nesse período. Concedeu durante certo tempo empréstimos com juros negativos - abaixo da inflação. Esse é um esforço que custará caro para a população, pagaremos por esses empréstimos de "pai para filho" até 2060.Mas, o esforço não surtiu efeito.

O problema de nossa indústria é que, se não faltou dinheiro barato, faltou todo o resto. E o resto é difícil de ser feito. Precisa de coragem para enfrentar os grupos organizados que corroem as esperanças. O resto inclui reformular o sistema tributário, reformar as leis trabalhistas, melhorar o ambiente de negócios, abrir a economia, melhorar radicalmente a qualidade da educação, criar melhores condições para o investimento privado em infraestrutura e melhorar as péssimas gestões das empresas.

Temer e Trump em terreno minado

Aumenta a dívida do Brasil

A dívida pública do Brasil em 2016 foi de 1.272.911 trilhões de euros, cresceu em 95 milhões de euros 2015. Quando analisada relacionando com a toda a produção de nossas riquezas, % do PIB, subiu 5,8 pontos desde 2015, alcançando 78% do PIB. O tamanho da dívida não é preocupante, todavia, seu crescimento vertiginoso tem de cessar para que não se torne explosivo - em 2006, era de 580 bilhões de euros e equivalia a 65% do PIB.

Segundo os últimos dados publicados, a dívida per capita dos brasileiros é de 6.176 euros por habitante. Em 2015, era de 5.758 euros, um incremento por habitante de 418 euros. É interessante olhar que em 2006, era de 3.100 euros. Quase dobrou em 10 anos.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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