Violência na fronteira. O crime vale menos que o algoritmo
A onda de assassinatos no feriadão alcançou as manchetes nacionais. Mais uma vez, a fronteira do Mato Grosso do Sul é pintada com o sangue. O isolacionismo vai se impondo. E as autoridades respondem com platitudes ou mutismo. Não à toa, a pesquisa do Campo Grande News mostra que inacreditáveis 80% de nossa população não acredita que a violência na fronteira terá fim. Será? Não há o que fazer na fronteira?
Tratar o narcotráfico como negócio extremamente lucrativo.
A principal derrota da fronteira está na atitude única de tratar o narcotráfico apenas como crime. A resposta, é óbvia: combater os meliantes com armas. Esse pensamento vem se mostrando ineficaz. O começo do combate deveria estar nas mãos da inteligência e não das armas. Qual o resultado de prender ou matar o atual chefe do narcotráfico? Nenhum. No dia seguinte, outro bandido assumirá o comando. Eles têm dinheiro e organização. Tudo que falta para as forças policiais, brasileira e paraguaia. Há outra questão fundamental: eles cooptam quantos jovens bem entenderem. O narcotráfico coloca altas somas de dinheiro no bolso de jovens sem estudo e sem trabalho. Se eles desejarem colocar na fronteira um "exército" de mil narcotraficantes, não necessitarão de muitos dias para tal operação.
Ideias para a sociedade fronteiriça cooptar seus jovens.
Esqueçam dos políticos, eles nada farão. Assumam seu futuro econômico. Organizem para que todos os jovens tenham um bom computador conectado à internet. Ensinem inglês conversacional. Se querem dar oportunidades reais a todos jovens, garantam a segurança alimentar. Fomentem a paixão por ler e aprender. Criem uma cultura que nunca pare de aprender. Pensem em uma alternativa à escola secundária, em vez de aprender por ciclos, aprender por temas. Essas são as necessidades básicas para criar gerações de jovens que entendam e trabalhem com os algoritmos. Só eles pagam mais que o crime.
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