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Finanças & Investimentos

Não é hora para apostas

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 25/07/2014 10:20

A correlação entre as pesquisas eleitorais e o comportamento dos mercados financeiros já é bastante evidente. Deixa claro o descontentamento de investidores com a continuidade do atual governo e dá sinais de que o jogo poderá virar se as eleições trouxerem mudanças.

Aqueles que, há alguns meses, desistiram de investir na renda variável já começam a demonstrar maior propensão para voltar. Isso se deve tanto à resposta positiva das Bolsas diante da tendência de queda dos votos em Dilma quanto ao histórico positivo que começa a se formar nas tabelas de rentabilidade dos investimentos mais agressivos.

A recomendação, no entanto, é cautela. O que parece ser oportunidade deve ser tratado com cuidado e reflexão, principalmente por investidores menos experientes. As ameaças nascem quando se formam verdades universais, como a ideia de que a mudança de governo é certeza de ganhos. Isso cria o efeito manada, em que muitos começam a seguir as escolhas dos outros.

A tendência é que o mercado passe a ser comprador e puxe os preços acima do que deveriam.
Na sequência, basta um fato adverso às expectativas, como uma pequena inversão nas tendências eleitorais, para que o mercado reaja e tire, com força, parte ou a totalidade dos ganhos irreais que ocorreram. A reação dos mercados às notícias é rápida. O investidor mediano dificilmente pode acompanhar e reagir na mesma velocidade. Quando a perda ocorre, há pouco tempo para reação, e surge o risco de uma grande frustração a amargar.

O cenário de investimentos continua duvidoso, turbulento e tende a oscilações. Nesse cenário, faz sentido atentar mais à renda variável, desde que seja com critérios, seletividade e escolhasfeitas sob orientação. Os baixos preços tornam convidativo investir em ações de empresas que dependem menos da continuidade do governo ou da estabilidade cambial. Ou para investir em imóveis ou fundos imobiliários concentrados em regiões que se beneficiam de obras de infraestrutura ou outras melhorias – mesmo sabendo da expectativa por uma queda de preços pós-Copa. Só que o risco por trás dessa avaliação não deixa clara a vantagem de abrir mão do ganho certo que a renda fixa vem oferecendo.

Invista em risco, mas invista pouco. O momento é de se manter com liquidez, com dinheiro acessível para usá-lo quando os ganhos forem evidentes. Quem compra ativos de risco antes da confirmação da tendência de recuperação de preços paga mais barato. Mas esse barato sai caro quando se deixa de ganhar um bom e seguro rendimento. O ano está mais para ganho certo do que para apostas duvidosas.

Fonte:Gustavo Cerbasi - www.maisdinheiro.com.br.

Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

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