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Finanças & Investimentos

Realidade econômica: porque chegamos a esse ponto?

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 25/05/2016 08:28

A combinação de crise política e econômica, que se intensificou desde o início de 2015, colaborou para o processo de impeachment de Dilma Rousseff.A presidente afastada tem nas pedaladas fiscais um dos maiores obstáculos na luta contra o impeachment. Essa medida foi usada principalmente para manter os programas sociais, ocultar a deterioração das contas públicas e dar aparência de normalidade diante do agravamento da crise das finanças.

Segundo Juan Jensen, sócio da 4E Consultoria, a política fiscal foi o pior erro do seu governo. “Foi desastrosa. A reversão de um superávit primário em torno de 3% do PIB para déficit de 1,5% do PIB, ocasionado principalmente pelo aumento dos gastos públicos, poderia ter sido evitada. O governo fez expansão fiscal em 2012, 2013 e principalmente 2014, quando tratou de esconder os gastos usando as pedaladas”, avalia.A seguir, o especialista lista outros motivos que mostram por que a gestão de Dilma Rousseff fracassou:

Política Industrial/BNDES: Segundo Jensen, a política de desoneração e de crédito subsidiado via BNDES, e demais bancos públicos, também deu muito errado. “É uma das principais razões para o problema fiscal atual, e de esqueletos que ainda vão aparecer. As emissões do Tesouro para o BNDES foram de mais de R$ 400 bilhões”, afirma.

Controle de preços: A redução do preço da energia em 2013, quando não havia água nos reservatórios, e o preço subsidiado para a gasolina também foram políticas equivocadas, na opinião do especialista. “Parte disto foi corrigido em 2015, quando a energia elétrica subiu 60% e a inflação ficou acima de 10%”, diz.

Política monetária: Outro erro de Dilma foi a tentativa de reduzir “na marra” a taxa básica de juros (Selic), que alcançou 7,25%. “Deu tão errado, que hoje os juros estão em patamar significativamente acima do nível que Dilma encontrou em 2011, quando assumiu o poder”, afirma.

Política cambial: O sócio da 4E Consultoria também critica o excesso de intervenção na política cambial. Primeiro, numa tentativa de desvalorizar o Real para ajudar a indústria, em 2012. Segundo Jensen, isso causou inflação e levou ao controle de preços (erro nº 3), dado que não se podia subir os juros (erro nº 4).“Depois, quando o Real entrou em trajetória de desvalorização, venda de mais de US$ 100 bilhões em swap reverso, numa tentativa de limitar a perda de valor da moeda doméstica”, diz o especialista. Vídeo recomendado no canal do dinheirama no youtube: Por que países entram em crise? Essa crise brasileira é para valer?

Fonte: Isabella Abreu/dinheirama.com.br
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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