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Manoel Afonso

Nestas eleições não perca o bom humor

Manoel Afonso | 04/03/2022 07:34

MAU HUMOR: Nos últimos anos é visível a perda do nosso bom humor. Essa acidez seria fruto dos tempos bicudos? Postura impaciente que deve se agravar neste período eleitoral. Amizades, relações sociais e familiares rompidas e até violência. E será que vale a pena a polarização pelas ideias de políticos de quem você tem pouca ou nenhuma relação pessoal? Ora! Perca o voto, mas não perca o amigo. 

É PRECISO pensar seriamente sobre isso. Eleger a identidade política partidária como parâmetro na escolha das pessoas de nossas relações é injustificável. Uma grande bobagem! A postura dos vencedores, independentemente do partido, dificilmente corresponderá as expectativas geradas pelas mensagens (propagandas) divulgadas em campanha.

É GERAL: Se antes essa postura radical de eleitores era visível só nas eleições de cidades interioranas, hoje ela ocorre também em Campo Grande. A intolerância saiu dos limites da ‘guerra no trânsito’ e faz parte do cotidiano. Mas ao invés da polarização raivosa, cabe sim o humor irônico contra os políticos vilões fantasiados de vítimas ou ‘Salvadores da Patria’? Nos dois casos os candidatos pedem nossa confiança. Mas eleitos, não a devolvem mais.  

COMPARAÇÃO: Há quem coloque no mesmo nível os políticos e os nossos jogadores de futebol. O torcedor fanático gasta e sofre com a falta de empenho dos atletas que tanto elogia. Para piorar seu astral, assiste decepcionado as declarações inconvincentes dos seus ídolos após as derrotas. A pergunta: será que eles merecem tanto destes torcedores ingênuos?

COMPROMETIMENTO: É a matéria prima do bom desempenho em todas as atividades. Na vida pública vem tornando cada vez mais escassa.  Como esperar que os políticos devolvam a confiança que depositamos neles nas urnas - se figuram no noticiário policial e até acabam presos? Portanto, não merecem que você perca seu tempo e o bom humor na defesa deles.

A PROPÓSITO: “Uma das piores consequências da polarização político-ideológica é a perda do senso de humor. Nem falo de piadas preconceituosas ou de baixo calão. Falo da ironia fina, dos trocadilhos, dessas atividades linguísticas que torna a vida mais palatável e que também nos faz pensar. Você, caro leitor, já deve ter passado por isso ultimamente: soltou um chiste inofensivo e acabou soterrado por problematizações...” (Lygia Maria, na ‘Folha de São Paulo”).

SALADA MISTA: Dois fatores deverão ser determinantes na composição dos partidos em nível nacional com reflexos nos Estados: as janelas partidárias que estão abrindo e a definição das Federações Partidárias que já vislumbram como complexas por razões conhecidas. O que pode ser possível em nível federal, seria utopia em cada Estado. Uma caixa de Pandora!

CENÁRIO-1: Teremos 3 novas vagas para a Câmara Federal devido as novas opções  eleitorais anunciadas: da deputadas Tereza Cristina (DEM), Rose Modesto (PSDB) e Tio Truts (PSL), pré-candidato ao Governo pelo PTC. Esse quadro incentiva inclusive novos pretendentes que já fazem as contas para concluir se tem ou não chances de chegar lá.

CENÁRIO-2: Quais nomes de peso trocarão de siglas? Reinaldo renuncia ou cumpre o mandato? Qual o rumo do vice-governador Murilo Zauthi (DEM)? Rose Modesto (PSDB) seria candidata ao Senado, governadora ou a deputada federal? Como Marcos Trad (PSD) vai costurar sua candidatura? Como se portará o ex-governador Puccinelli (MDB) na Federação Partidária abrigando também o concorrente Eduardo Riedel (PSDB)?

ESQUISITA a hipótese do MDB e PSDB juntos. Embora discreto, o governador Reinaldo nunca poupou críticas à conduta de seu antecessor do MDB - casos do caríssimo Aquário do Pantanal e da famigerada Lama Asfáltica. Essa proximidade por mera conveniência poderá ser negativa aos olhos do eleitor antenado, alterando o seu humor inclusive.

VERDADE? Para o presidente do MDB - deputado Baleia Rossi partido não fará parte de federação de olho nas eleições nos Estados e na Câmara Federal. Reafirma o projeto com Simone Tebet ao Planalto enquanto o senador Renan Calheiros (MDB) troca afagos com o ex-presidente Lula.  O MDB tinha 66 deputados federais e caiu para 34 em 2018 . Enfim, envelheceu também em nível nacional.

DIFICULDADES: Comuns a todos pretendentes ao Governo Estadual. No caso do ex-governador Puccinelli (MDB) é montar uma chapa forte. Para a Assembleia teria 3 nomes competitivos: Jr. Mochi e os deputados Renato Câmara e Marcio Fernandes. Para a Câmara Federal deve priorizar o ex-senador Moka. Para o senado seria Rose Modesto ou Tereza Cristina.

MARQUINHOS TRAD: Com as bênçãos do presidente Gilberto Kassad confirma sua pré- candidatura ao Governo neste sábado, desfazendo assim especulações. O desafio maior é popularizar seu nome e viabilizar apoios no interior. Vai tentar atrair bons nomes durante a janela partidária e um dos nomes confirmados é do deputado estadual Felipe Orro que já deixou o PSDB.

EDUARDO RIEDEL: Vem fazendo a lição de casa e constrói cenário favorável para a oficialização de seu nome ao Governo pelo PSDB. A opinião unânime é que ele melhorou sua performance nas tratativas com vereadores, prefeitos, deputados e agentes políticos. Indicado pelo governador Reinaldo já colhe dividendos pela sua participação elogiada na administração estadual. Sem desgastes quer emplacar a imagem do novo e competente.

ZECA DO PT: Pés no chão,  faz a leitura do quadro local e aguarda os próximos capítulos da sucessão presidencial. Tem  compromisso com Lula e o partido, mas há circunstâncias diferentes daquelas dos últimos pleitos. Enquanto a hora da decisão não vem, Zeca vai conversando com protagonistas de peso. Responsabilidade com maturidade.

DOURADOS: Continua sendo vista como uma efervescente caixa de maribondos.  Os seus políticos em contínua movimentação, rendendo comentários críticos e colocando em dúvidas inclusive a viabilidade de seus projetos nestas eleições. Ainda é cedo para apontar quem serão os seus líderes vitoriosos. Dourados; quem te conhece...

EM ALTA: Café amigo com o deputado Lídio Lopes (Patri). Paciente, tem a vocação para ouvir e só depois emitir mineiramente sua opinião. Feliz com a receptividade de seu trabalho, já trabalha pela reeleição. Tem percorrido todo o Estado, ouvindo lideranças. O melhor: sua eleição para a presidência da UNALE não tem atrapalhado sua agenda estadual.

AVALIAÇÕES: O deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), segundo o Instituto Ranking, além de ser o parlamentar melhor avaliado lidera na intenção de votos. Enquanto isso, seu colega Lucas de Lima (Sol.) é o segundo colocado para a reeleição. Na mesma pesquisa o deputado Marçal Filho (PSDB) é o segundo melhor avaliado em 30 cidades entre 21/26 de fevereiro de 2022, registro no TSE sob nºs MS-01590/2022 e BR-05274/2022.

SURREALISTA: A guerra na Ucrânia rachou as ideologias antes bem definidas. Temos visto bolsonaristas alfinetando o Presidente da República por suas insistentes declarações contraditórias e pela sua visita inoportuna à Moscou. Há também esquerdistas criticando os comunistas ‘imperialistas’ pela invasão. Contradições a parte, especialistas lembram: a ‘geopolítica’ mudou.

TUTANO: Exemplos de patriotismo dos ucranianos repercutem mundo afora.  Esse sentimento pela terra, liberdade, cultura e valores é fruto da luta contra as invasões e ocupações ao longo de sua história sofrida. Nós brasileiros, de passado curto e inconvincente, admiramos e invejamos o ‘tutano’ do povo ucraniano.

PÍLULAS DIGITAIS:

Lula prepara discurso para se aliar a quem defender o impeachment de Dilma. (na internet)

Ser político é encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas. (Millôr Fernandes)

Agora começa aquela fase difícil entre o carnaval e o mês de dezembro. (na internet)

No Brasil, hoje, há escassez de lideranças públicas, pouca qualificação nos debates e elevado grau de polarização política. (Everardo Maciel)

Na guerra, a primeira vítima é sempre a verdade. (Ricardo Noblat)

STF forma maioria para manter fundão eleitoral em R$ 4,9 bilhões. (na internet)

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