Caçamba em fila dupla é mais um desrespeito em obra na Rua da Paz
Leitor que costuma passar pelo local reclama que a construtora sempre obstrui a via e prejudica motoristas
Na Rua da Paz, são rotina as complicações causadas por obra do Edifício 360. Desde que a construção começou, a incorporadora HVM trabalha como se não houvesse trânsito no local. Vira e mexe, algum morador da região ou motorista que passa pelo local reclama dos “donos da rua”, que, segundo motorista indignado, hoje “chegaram ao cúmulo de colocar uma caçamba em fila dupla, fechando meia faixa da rua”.
Por lei, as caçambas devem ser colocadas no estacionamento público paralelas ao meio-fio.
Além da cena surpreender, com três cones sinalizando a caçamba e um caminhão manobrando sem pressa no meio da via, o leitor que pediu para não ser identificado teve de exercitar a paciência. “Eles usam a rua como querem e a gente tem de esperar o tempo que for para ultrapassar as barreiras impostas constantemente por essa construtora”.
O empresário, que pediu para não ter o nome revelado, compara a obra a outras tantas pela cidade. “Ali ontem tinham 8 caçambas, o que já acaba com as vagas para estacionamento. É um desrespeito, sem fiscalização da prefeitura, sem multas, sem regras. Por Campo Grande são muitos os canteiros de obras, mas a maioria obedece o que a lei manda sobre o uso das vias públicas”, reclama.
Conforme legislação municipal (Decreto 13.754/19, alterado pelo decreto 13.803/19, art. 18, §1º:), o limite é de até três caçambas por obra ao mesmo tempo, sendo uma excepcionalmente para depósito de insumos, como areia e pedra. As multas por irregularidades no transporte e destinação de resíduos de construções variam entre R$ 1.308,08 e 5.232,37.
Resposta - O representante legal da empresa garante que a imagem enviada ao Campo Grande News mostra o momento em que ocorria “a remoção do item da obra, por estar totalmente carregada”.
O advogado Eduardo Marques admite a interdição parcial da rua, mas afirma: “É claro que ela não fica ali permanentemente” e justifica que a responsabilidade sobre o serviço e totalmente da terceirizada que “opta por locomovê-la (caçamba) para a segunda pista para facilitar a retirada”.
Sobre a lei que permite apenas 3 caçambas como regra geral para obras, o advogado diz que a HVM tem “autorização para utilização de mais vagas, com o pagamento de taxa extra” ao município e que “contém autorização expressa da Prefeitura Municipal de Campo Grande”, para utilizar o dobro das vagas.
Matéria atualizada às 18h54 , após resposta enviada pela empresa HVM
