Cachorros soltos ‘aterrorizam’ moradores do Jardim das Nações

Esbarrar com cachorros sem coleira pelo Jardim das Nações, bairro da região sul de Campo Grande, é rotina para os moradores que, reclamam de invasões de residências e até ataques dos bichos. Outra preocupação tem relação com as crianças que brincam pelas ruas da região e podem ser mordidas pelos animais.

Os moradores passaram a ficar ainda mais inquietos ao perceberem que dois cães da raça pitbull correm livremente pelas ruas do bairro, sem coleira ou vigilância dos proprietários.

Uma consultora de vendas de 29 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, conta que os cachorros invadiram a casa dela recentemente. O portão estava aberto na ocasião porque a moradia passava por reformas. “A sorte é que meus cachorros estavam presos no corredor e os pedreiros conseguiram subir nos andaimes que estavam posicionados”, lembra.

A consultora de vendas cita os cachorros dela porque conhece o relato de outra vizinha, a empresária Graziele Crepaldi, de 36 anos, que perdeu uma cadelinha durante um ataque de cachorro. “Ela escapou, veio um pitbull direto no pescoço dela e ela morreu”, lembra.

Segundo Graziele, o pitbull estava acompanhado do dono que não conseguiu conter o animal. “Depois ele me deu outra cadela”, lembra, ressaltando ter preocupação até hoje. “Tenho filho pequeno então se eu vou na padaria da esquina eu prefiro ir de carro porque tenho medo desses cachorros”, diz.

Graziele conta que recentemente um parente dela foi perseguido por cães, mas, por sorte eles não eram agressivos. “Meu cunhado foi sair de casa e quatro cachorros vieram em cima dele. Tem cachorro de porte grande que não pode ficar solto”.

E não são só cachorros de grande porte que ficam soltos. A reportagem percorreu algumas ruas e encontrou também um cão da raça pug brincando próximo ao portão de uma casa. “Quem quiser um cachorro top é só vir aqui buscar porque eles ficam todos soltos”, brinca a empresária.

Sem auxílio - Tanto a consultora de vendas, quanto a empresária e até o presidente da associação de moradores, Wanderlei Schneider são unânimes em dizer que o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) costuma ser acionado nestes casos, o problema, segundo eles, é a demora para o atendimento.

“Ligamos para o CCZ capturar e eles falaram que não tinha viatura no momento”, relata a consultora de vendas que teve a casa invadida por cachorros. Segundo ela, a invasão ocorreu por volta das 7h e o carro do CCZ chegou às 17h. “Eu falei uma hora dessas devem ter matado alguém”.

Ela enfatiza a preocupação dos moradores com as “crianças pequenas que brincam no bairro e esses cachorros soltos. Direto a gente vê no grupo que tem cachorro avançando nas pessoas”, diz, se referindo a troca de mensagens entre moradores no WhatsApp.

Schneider conta ter recebido como resposta de funcionários do CCZ que há apenas um carro para atender toda a cidade, o que explica a demora até a chegada no local de atendimento.

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura para ter detalhes sobre as ocorrências envolvendo cachorros no Jardim das Nações e também sobre a quantidade de carros disponíveis para o CCZ e aguarda resposta.

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