Com 61 servidores, subsecretaria "sem expressão" custa R$ 257 mil ao mês
Pasta voltada para Políticas para Mulheres de Campo Grande é alvo de críticas por pouca efetividade
Criada com o objetivo de erradicar a violência contra a mulher, perseguir o fim da impunidade, promover a equidade de oportunidade entre os sexos, autonomia, o empoderamento e o respeito à pessoa humana, a Subsecretaria Municipal de Políticas para as Mulheres tem sofrido críticas públicas por falta de efetividade.
A pasta custou ao município só no mês de novembro R$ 257.100,42. O valor é a soma total dos salários dos 61 servidores que fazem a gestão da Casa da Mulher Brasileira. Dentre as críticas recebidas no canal do Campo Grande News está a de uma leitora que não quis se identificar.
“É absurdo essa cria secretaria para inglês ver. No caso, a Subsecretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, que política que é bom não existe. Pelo menos não é divulgado, porque toda vez, a única coisa que realizada é festinha”, alfineta leitora que pediu para não ter o nome identificado. Mulher, ela também é servidora pública e lembra que este ano os feminicídios cresceram, sem qualquer ação efetiva de combate, além de ações beneficentes.
A pessoa ainda ressalta a falta de projetos para incentivar a geração de renda, por exemplo. “Nem mesmo acesso à escola está nos planos. Parece que na verdade aquilo ali é só cabide de emprego, porque não tem verba pra nada”.
Nas redes sociais, é fácil confirmar quais as ações desenvolvidas durante o ano pela Subsecretaria. A última publicação, há 3 dias, lembra que a "turma do Papai Noel vai levar para as famílias da região muita brincadeira, doces, show de prêmios e muito mais".
Toda a programação das festas de Natal da prefeitura estão lá, assim como confraternização, por exemplo, de mulheres 60+. Na parte de políticas públicas, a única ação divulgada é de cursos historicamente relacionados ao público feminino, como oficina de ímã de geladeira e de guirlanda natalina. Também são divulgados espaços de comercialização de produtos de artesãs.
Na parte de combate à violência, por exemplo, o trabalho fica na orientação às mulheres "sobre como reconhecer a violência doméstica e como buscar ajuda, por meio dos serviços da Casa da Mulher Brasileira".
O maior salário da pasta, divulgado na última folha disponível na página da transparência da Prefeitura, é o da subsecretária Carla Stephanini, que recebe R$ 17.369,58. Ainda há salários altos como o cargo de supervisor executivo no valor de R$ 14.627,11 pago para Cleide Rodrigues da Costa e o de encarregado governamental que paga R$ 10.744,05 como remuneração de Maria Auxiliadora de Figueiredo.
Os valores dos vencimentos de cada servidor, em sua maioria, são distintos. Das nove assistentes sociais que trabalham no local, há funcionários recebendo R$ 2.600 e outras, R$ 6.351,60. O maior quadro de trabalhadores da pasta é o de psicólogos. São 14 que trabalham por salários que vão de R$ 2.600 a R$ 7.410,01.
Os cargos que recebem os menores salários são os assistentes administrativos que somam quatro trabalhadores com média salarial de R$ 1.320 e os dois motoristas que recebem mais de R$ 1.700.
Resposta – A reportagem tentou uma posição da subsecretaria para mostrar o balanço das ações realizadas neste ano em prol das mulheres. No entanto, não teve um retorno até a publicação desta matéria.
Na página oficial do município, há destaque para a realização de dois fóruns realizados em 2023. Um para debater paridade e outro política para o gênero.
Já no site da subsecretaria há divulgação de alguns trabalhos. Como o Espaço do Fazer. Um projeto que funciona dentro da pasta voltado para grupo de mulheres 60+, de todas as regiões da cidade.
Os encontros acontecem todas as terças-feiras no período da tarde. No local, elas aprendem técnicas de artesanato e promovem trocas de conhecimentos, além de ser um espaço de socialização e promoção da saúde mental. O grupo realizou uma festa de confraternização neste mês.
A pasta ainda celebrou o Dia Nacional da Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, a Caminhada do Laço para sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. O evento fez parte da campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.
No mês de novembro, a subsecretaria também realizou a primeira Palestra Orientativa sobre violência contra a mulher para o Agrupamento Rota MS, no auditório da Casa da Mulher Brasileira. A palestra teve como tema “Violência doméstica contra as mulheres e crimes contra a dignidade sexual”.
Em uma das abas de serviços disponibilizados é possível ter detalhes sobre os programas Liberta Mulheres, Sistema Íris e Patrulha Maria da Penha. Vale relembrar que a página de notícias da prefeitura foi reformulada e notícias anteriores a esse período não aparecem mais.
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