Mãe é obrigada a levar jovem de maca até o banco para comprovar que está viva
Para professora, situação gerou constrangimento na garota de 21 anos que sofreu um AVC em maio deste ano
Situação constrangedora, é o que descreve a professora Regina Garcia de Mendonça, 47 anos, sobre ter sido obrigada a levar a filha, Marianna de Mendonça Pompeo, de 21 anos, de maca para fazer prova de vida dentro de uma agência do Banco Mercantil na Rua Dom Aquino, em Campo Grande, na manhã desta segunda-feira (13). Vídeo do momento foi enviado pelo canal Direto das Ruas.
Na gravação, é possível ver o momento em que a Marianna, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), é retirada da ambulância e levada para dentro da agência bancária acompanhada pela mãe e dois funcionários da empresa contratada pela professora.
“Ela ficou acamada por conta do AVC hemorrágico e o no primeiro mês, o perito do INSS foi em casa e constatou a incapacidade temporária dela. Em outubro, recebemos o primeiro pagamento e então fui até o banco com a curatela dela para poder receber, lá pediram a presença dela ou a autorização do INSS”, pontuou a professora.
Diante da demora do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) em inseri-la no sistema como responsável pela jovem. A mulher então contratou uma ambulância para levar a menina até o banco fazer a prova de vida.
“É um serviço comum. Você leva a pessoa de ambulância e o funcionário do banco vai até o veículo verificar a incapacidade dela, no entanto, quando chegamos lá na agência a funcionária disse que eu tinha que descer com ela até o guichê para fazer a coleta das digitais e da foto. Falou que era procedimento padrão”, explicou Regina.
A professora conta então que, junto com os funcionários da empresa contratada, levou Marianna de maca até o guichê onde a coleta da digital foi feita com uma almofada de carimbo e a foto em um tablet.
“Eles poderiam ter feito isso na ambulância. Não precisavam expor ela. Pedi para a enfermeira que nos acompanhava filmar a situação. Ela não tem os movimentos da perna e em maio deste ano descobriu uma doença no cérebro. Ela sofreu o AVC e acabou piorando. Está em reabilitação. O banco não aceita o documento de curatela concedido pelo juiz e estamos precisando do dinheiro porque são muitas despesas”, contou a mulher.
A situação gerou até uma moção de repúdio na Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira (14). No texto, o vereador Beto Avelar (PSD) relatou a situação como “momentos de constrangimento e dor” e que mãe e filha estariam cansadas de “exigências esdruxulas”. Ele ainda pontua que o fato poderia aumentar o risco de doenças na jovem.
Em nota, o Banco Mercantil informou que segue todas as diretrizes legais do INSS para o primeiro pagamento aos beneficiários. "Dessa forma, o banco é impedido a realizar pagamentos a terceiros que não possuem procuração registrada - conforme orientado a todos os clientes", explica o documento.
A reportagem também entrou em contato com o INSS e aguarda o retorno.
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* Matéria editada para acréscimo de resposta.