Moradores do Parque dos Poderes reclamam do som de churrascaria
De acordo com vizinhos, local não possui isolamento acústico e tirou a paz, inclusive, dos animais silvestres
Moradores de condomínios localizados na Avenida do Poeta, no Parque dos Poderes, reclamam do alto volume emitido da churrascaria Fazenda Churrascada, inaugurada recentemente no local.
De acordo com vizinhos, o estabelecimento não possui isolamento acústico adequado, o que tem perturbado o sossego dos moradores e dos animais silvestres que vivem na maior reserva urbana da cidade.
Segundo relatos, a churrascaria opera uma tenda que lembra um circo, onde são realizados eventos com música alta.
O morador Leonardo Campos aponta que o problema tem sido compartilhado pela vizinhança. “Moro na primeira casa ao lado, e vários vizinhos têm feito reclamações. Na terça-feira, teremos uma reunião para discutir as medidas que vamos tomar".
Leonardo também reforça que o objetivo é resolver o problema e não prejudicar a churrascaria. "Ninguém é a favor do fechamento do estabelecimento. Queremos que seja feito o isolamento acústico. Estamos pedindo que eles respeitem a lei do sossego e a legislação ambiental".
Morador de 47 anos, que pediu para não ser identificado, afirmou que tem sofrido com os barulhos de shows ao vivo. "Quem mora ali não tem mais paciência. Além disso, é perto de uma área ambiental, onde vivem animais silvestres, que inclusive estão em reabilitação. Quem veio morar por essa região era para ter tranquilidade”, explica ele.
Além das queixas de som alto, ele aponta outros problemas que tem ocorrido na região, devido ao comportamento de frequentadores da churrascaria. “As pessoas bebem e saem dirigindo em uma via que é cheia de animais atravessando. O pessoal estaciona até em ciclofaixa. São muitas irregularidades”.
Ao Campo Grande News, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que a documentação do estabelecimento está regular. Entretanto, considerando esta denúncia, uma equipe será encaminhada para realizar a fiscalização no local. Entretanto, a data da inspeção não foi divulgada, uma vez que esse tipo de inspeção não segue agendamento prévio.
De acordo com a secretaria, a medição sonora de atividades econômicas é realizada seguindo as normas da NBR 10151. "É empregada uma fórmula de cálculo a partir do resultado obtido com o sonômetro profissional, sendo emitido um laudo por profissional competente atestando o resultado", explica a Semadur em nota.
A reportagem entrou em contato com os proprietários da Fazenda Churrascada, para saber o posicionamento do estabelecimento e se estão prevendo projeto de isolamento acústico do local. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Em discussão - A legislação atual que aborda ruídos em Campo Grande, datada de 1996, divide a cidade em seis zonas com critérios específicos de controle de ruído. No entanto, devido ao crescimento da cidade, a gestão municipal está considerando revisar e expandir essas zonas demarcadas.
Conforme o projeto, estabelecimentos flagrados com ruídos 15% acima do limite a multa leve é de R$ 1.625,40; para os que entrem acima do limite de 15% a 50%, a multa grave é de R$ 3.250,80; e para quem ultrapassar o limite em mais de 50%, a multa gravíssima é de R$ 9.752,40.
A primeira das quatro reuniões públicas que buscam discutir a proposta de revisão da Lei do Silêncio aconteceu na noite desta segunda-feira (2), no Auditório Engenheiro Nilo Javari Baren, em Campo Grande. Nesta etapa, membros de organizações do segmento religioso foram convidados para participar da audiência, que abrange regras de fiscalização, procedimentos e punições, assim como normas e critérios.
No dia 24 de outubro de 2023, às 18h, acontecerá uma reunião para ouvir os proprietários de bares, restaurantes e estabelecimentos culturais, com o objetivo de discutir possíveis mudanças na legislação.
[**] Matéria editada às 16h53 do dia 05 de outubro de 2023 para acréscimo de informações.
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