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Direto das Ruas

Mulher diz que guardas apontaram arma e revistaram sua filha por ser negra

Mãe da adolescente está com medo de novas abordagens; assessoria da guarda municipal explicou que queixas devem ser registradas

Aletheya Alves | 17/05/2019 18:07
Abordagem foi realizada durante a tarde desta quinta-feira (16). (Foto: Arquivo)
Abordagem foi realizada durante a tarde desta quinta-feira (16). (Foto: Arquivo)

Abordada por guardas municipais durante a tarde de ontem (16), uma adolescente de 16 anos relatou que foi tratada com preconceito racial e de forma truculenta na Orla Morena, esquina da Avenida Presidente Ernesto Geisel. A mãe da menina registrou boletim de ocorrência por constrangimento ilegal e busca meios de encontrar os guardas para esclarecer o caso.

Próximo das 15h40, a adolescente retornava para casa acompanhada de uma amiga quando as duas foram abordadas por cinco guardas municipais. De acordo com a mãe, Patricia de Carvalho Pereira, 38, um dos guardas teria saído da viatura com arma apontada apenas para a adolescente, que é negra, e permaneceu com a ação até finalizar a abordagem.

Além da arma, perguntas também foram direcionadas apenas para a menina e não para sua amiga, que é branca. Patrícia contou sobre o que a filha relatou, “ela me disse, mãe, eles fizeram isso comigo por eu ser negra, com minha amiga foi totalmente diferente. Olharam para mim e perguntaram se eu era usuária [de drogas], com a aquela arma na minha cara”.

De acordo com o boletim de ocorrência, após questionarem a adolescente sobre ser usuária, os guardas puxaram a mochila da vítima com força. Já o tratamento da outra menina foi mais tranquilo, apenas solicitaram que abrisse a bolsa.  

Patrícia relatou que a filha está se sentindo confusa e as duas estão buscando movimentos sociais para divulgar a situação. “Como mãe, dói saber que sua filha passou por essa humilhação, uma menina sem defesa alguma. É falta de preparação colocar uma pessoa dessas”, afirmou.

Relatado como preconceito, o boletim de ocorrência foi registrado como constrangimento ilegal na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Em nota, a assessoria da Guarda Municipal explicou que denúncias relacionadas a má conduta da Guarda Municipal devem ser registradas formalmente na ouvidoria da instituição. O telefone disponível é 4042-0588.

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