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Direto das Ruas

No Parque do Sóter, frequentadores reclamam de abandono e insegurança

Usuários dizem que obra ficou pelo caminho; prefeitura diz que serviços serão retomadas em novembro

Por Idaicy Solano | 07/11/2023 11:55
Logo na entrada do parque, pista está com água suja e parada acumulada (Foto: Idaicy Solano)
Logo na entrada do parque, pista está com água suja e parada acumulada (Foto: Idaicy Solano)

Manilhas, pedras empilhadas, pedaços de madeira amontoados, água suja e parada, e córrego assoreado são as primeiras imagens a serem visualizadas pelos visitantes no acesso do Parque Sóter, na Rua Rio Negro, no Bairro Vila Margarida, em Campo Grande.

A equipe de reportagem esteve no local após reclamação encaminhada pelo canal Direto das Ruas. À direita da entrada do parque, abaixo da ponte de madeira, passa o córrego Sóter, que está assoreado.

Uma obra para desassorear o córrego começou em janeiro deste ano, mas foi interrompida por conta das chuvas. Nove meses após ser interrompida, os moradores e frequentadores do parque relatam que os restos da obra foram deixados no local.

A prefeitura diz que a obra está dividida em duas etapas e será retomada ainda este mês.

Pedras estão empilhadas em local onde obra foi paralisada (Foto: Idaicy Solano)
Pedras estão empilhadas em local onde obra foi paralisada (Foto: Idaicy Solano)

Para executar esse serviço, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) autorizou a retirada de 44 árvores do parque, detalhe que não passa despercebido pelo aposentado Afonso Rosalém, de 65 anos.

Eles tiraram as árvores da beira para abrir o córrego. Eles trabalharam um tempinho, mas não concluíram a obra. Então ali está abandonado, a qualquer momento, se der uma chuva, vai levar asfalto, vai levar tudo, porque está abandonado aquilo lá”, relata o aposentado.

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Durante a visita, também foi observada uma poça de água suja e parada, no centro de uma pista, logo na entrada do parque. O local destinado aos banheiros está depredado e abandonado.

Na entrada da Rua Rio Negro, duas salas que serviam de almoxarifado tiveram as trincas da porta quebradas. De acordo com a publicitária Franciele Rosalém, de 43 anos, as salas foram alvos de vândalos. Outro sinal de abandono relatado por ela é a falta de segurança no local, que a fez diminuir a frequência com a qual visita o parque.

Antigamente, eu corria em volta, agora eu não venho mais. É bem complicado, a gente não se sente seguro. É acessível, mas ainda não é seguro para passear com a família”, declara Franciele.

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Para Franciele, sem segurança, os vândalos se sentem livres para depredar o espaço.

O problema com a falta de segurança também foi observado pela assistente administrativa Gleice Castello, 35 anos. “Falta infraestrutura. Está abandonado, não tem segurança, não tem estrutura também, para as crianças. Por estar localizado em uma boa região, deveriam cuidar mais”.

Local onde deveria funcionar o banheiro está abandonado; não há pias nem sanitários no local (Foto: Idaicy Solano)
Local onde deveria funcionar o banheiro está abandonado; não há pias nem sanitários no local (Foto: Idaicy Solano)

A moradora do Bairro Giocondo Orsi, Iracema de Fátima Inoue, relata que costuma fazer caminhada diariamente no parque, e durante a prática de atividade física, se depara com os portões e caixas d'águas enferrujadas, cercas e placas deterioradas e lixo.

"Falta manutenção em todo o parque. A pista de skate sem manutenção, podendo causar acidentes. Banheiros sem vasos, sem torneira. Armários com arames, em vez de usarem fechos adequados e fechaduras", observa a moradora.

De acordo com o relato, Iracema diz que falta instalação elétrica e vidros nas janelas dos banheiros e denuncia que o local se tornou abrigo de pessoas em situação de rua. "É um descaso total. Lixo deixado pela empresa que reformou o parque, mais lixo onde costumavam ficar os quiosques", finaliza Iracema.

Portas trancadas com arames na entrada do parque (Foto: Idaicy Solano)
Portas trancadas com arames na entrada do parque (Foto: Idaicy Solano)

Desassoreamento - A obra tinha previsão de retirar cerca de 700 caminhões de areia do Parque do Sóter. Dentro, há a nascente do Córrego Sóter, que acabou assoreado devido ao crescimento urbano desenfreado.

A bacia de amortecimento serve para regular a vazão do córrego a jusante, contribuindo para evitar o transbordamento do córrego, na altura do Parque das Nações Indígenas.

A obra, no entanto, está paralisada desde janeiro, por conta do grande volume de chuva que caiu na Capital no início do ano.

Etapas - A reportagem questionou a Prefeitura de Campo Grande sobre em que situação está a obra. Por meio de nota, foi informado que a obra não foi paralisada. "As benfeitorias são feitas em duas etapas. A obra vai ser retomada até o fim de novembro, para plantar as árvores que a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) determinar", conforme a nota enviada.

Em relação à segurança, a gestão municipal ressalta que Parque do Sóter possui ronda constante da GCM (Guarda Civil Metropolitana), portanto não está desassistido.

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