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Direto das Ruas

Por falta de material, cirurgia para evitar surdez de criança é adiada

Menino de 9 anos com autismo e síndrome de down aguarda mastoidectomia no Hospital São Julião

Gabriela Couto | 09/02/2023 19:15
Menino de 9 anos à espera de cirurgia de urgência no ouvido. (Foto: arquivo pessoal)
Menino de 9 anos à espera de cirurgia de urgência no ouvido. (Foto: arquivo pessoal)

Foram sucessivas infecções de ouvido desde o nascimento da criança que hoje está com 9 anos de idade e tem síndrome de down e TEA (Transtorno do Espectro Autista). Após uma série de consultas, a Funcraf (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Crânio-Faciais) encaminhou o paciente para cirurgia de urgência.

Isso, porque se não tratada a inflamação da mastóide, osso localizado atrás da orelha, pode causar perda auditiva irreversível, meningite, sepse, inflamações e abscessos cerebrais e coágulos sanguíneos.

O procedimento estava marcado para a manhã desta quinta-feira (9), no Hospital São Julião. No entanto, a família foi comunicada na tarde de ontem (8), que a cirurgia foi adiada por falta de material.

“Na hora de fazer a internação, falaram que não iam conseguir. Eu defendo o SUS (Sistema Único de Saúde) e não consigo acreditar que cancelaram em cima da hora. Já tínhamos feito todos os exames por conta, pela tabela social, para acelerar o processo burocrático. E agora que poderia resolver, foi frustrante. Isso pode estar acontecendo com mais crianças”, conta a tia do menino, a biomédica Edna Batista Barbosa, 42 anos.

A família está preocupada com a possibilidade de demora para a cirurgia, já que os testes de risco cirúrgico possuem validade. Além disso, o garoto já perdeu a audição e tem sofrido com dores constantes de ouvido. “Tem fim de semana que ele nem consegue ficar comigo, porque está se sentindo mal, por conta do ouvido. Sai muita secreção e ele reclama”, conta o pai, o técnico de telecomunicações Edson Batista Barbosa, 37 anos, que tem a guarda compartilhada.

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande afirmou que não foi comunicada oficialmente sobre a suspensão de cirurgias por falta de material: “Orientamos a entrar em contato diretamente com o hospital, uma vez que a aquisição de materiais, insumos e medicamentos é feita diretamente por eles. Cabe esclarecer ainda que não há nenhuma pendência financeira por parte da Prefeitura”.

Já o Hospital São Julião explicou que João é paciente da Funcraf, então a unidade não tem autoridade sobre o agendamento da cirurgia. Neste caso, o médico da própria fundação desmarcou o procedimento. Além disso, é o próprio profissional quem leva o material para a operação.

Ainda hoje, o médico entrou em contato com a família para reagendar o procedimento para o dia 21 de fevereiro.

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