Som alto em parque volta a ser "tormento" para vizinhança
Segundo os moradores, durante o final de semana foi difícil dormir por causa do show, que passou das 4h
Som alto, perturbação, janelas tremendo e, principalmente, dificuldade para dormir. Um problema que os vizinhos ao Parque de Exposições Laucídio Coelho acreditavam que havia acabado voltou a atormentar quem vive por ali, depois que começou a Expo-MS. A feira, que começou no fim de semana passado, vai até 2 de setembro e é motivo de preocupação para a vizinhança por causa do barulho.
Um dos moradores, de 78 anos, reclama que não conseguiu dormir direito durante todo o final de semana. Segundo ele, as janelas da casa chegaram a trepidar com o barulho. Para para tentar "ter paz", conta, ele teve que colocar pedaços de papelão entre o vidro e o batente.
A filha dele, de 49 anos, diz ter ligado para a polícia com intuito de tentar alertar os organizadores sobre os abusos e foi informada que, além dela, inúmeros outros moradores já tinham tomado a mesma atitude. “Aqui nós estamos dentro do show”, define.
“Parece que o som afunila e cai tudo para cá”, especula o funileiro Antônio Carlos Corrêa, de 62 anos. Segundo conta, na última sexta-feira já passava da 1h30 quando ligou para a polícia e foi informado que já havia equipe na região. “Queria ligar mais vezes, porque ficou muito tempo, mas minha mulher disse para eu deixar eles trabalharem”, pontua.
Outro vizinho da exposição que tem se incomodado muito com o som excessivo é o corretor de imóveis Edson Alves, de 38 anos. Ele afirma que a música alta foi surpreendente e que não se recorda, nem mesmo quando adolescente, de ter visto algo semelhante. “Eu nasci e fui criado aqui, mas nunca vi um som tão alto como foi sábado”.
Ele comenta que o show foi até mais de 5h de manhã e que nem ele nem os pais, que estão o visitando, conseguiram dormir naquela noite.
Justificativa - A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), responsável pelo Parque de Exposições, informou que, na sexta-feira (24) houve um imprevisto com a dupla Zé Neto e Cristiano, que veio se apresentar na exposição, e por isso o show acabou mais tarde. “Nós informamos o MPE (Ministério Público Estadual) que o avião estava parado em Curitiba por causa do mau tempo, e até pensamos em cancelar, mas como eles conseguiram levantar voo resolvemos manter a programação”, disse o vice-presidente da entidade, Jhonatan Barbosa.
Segundo ele, o evento aconteceu com todos os alvarás de funcionamento, inclusive do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Bombeiros e MPE. Em relação ao show do cantor Gustavo Mioto, Barbosa informou que quem ofereceu a apresentação foi a prefeitura de Campo Grande, em comemoração ao aniversário da cidade.
O parque já chegou a ficar interditado, em 2014, por causa de poluição sonora provocada pelos shows e foi alvo de ação do MPE, o que provou mudanças, incluindo um limite de horário mais rígido para as apresentações.
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