6% a menos irão às compras nesta Páscoa, mas gastarão 12,9% a mais, diz estudo
Os sul-mato-grossenses estão mais retraídos no que tange à intenção de compra de produtos pascoais neste ano. É o que revela pesquisa Fecomércio/MS realizada com 2 mil pessoas entre os dias 9 e 19 de março em 13 municípios do Estado e que estima um aporte R$ 111,9 milhões na economia em vendas de produtos relacionados à data.
De acordo com o estudo, 81% dos consumidores vão às compras na Páscoa deste ano, 6% a menos que em 2014, quando esse índice foi de 87%.
A pesquisa, que também contou com as parcerias do Sebrae/MS, Universidade Uniderp-Anhanguera e Fundação Manoel de Barros, informou que esse declínio pode ser explicado pela percepção de aumento no preço dos ovos de páscoa de um ano para cá: 53% dos consumidores notaram o custo mais alto dos produtos de chocolate, outros 32% não se recordam do valor praticado no ano passado.
No entanto, apesar da menor quantidade de consumidores comprando, os que o farão gastarão mais do que em 2014: o valor médio de cada produto, segundo o estudo, é de R$ 87,00, valor 12,9% maior que o do mesmo período no ano passado, de R$ 77.
Cerca de 45% afirmam que comprarão ovos de páscoa, 23% caixa de bombom e 14% barras de chocolate.
Segundo a pesquisa, o maior valor médio de cada compra de chocolates foi observado em Três Lagoas (R$ 124,00), seguido por Chapadão do Sul e São Gabriel do Oeste, com R$ 94,00, e em Nova Andradina, com R$ 93. São as cidades que possuem uma pujança nas atividades agrícolas (colheita de soja nos meses de janeiro a março) e industrial.
“Semelhante aos anos anteriores, aparecem os chocolates e ovos caseiros que vão movimentar uma boa parcela das atividades informais (9%), estimando-se em R$ 10,1 milhões”, disse o presidente do Sistema Fecomercio/MS, Edison Araújo. “É o momento dos empresários fazerem um aporte para estabilizarem o caixa e novos investimentos no segmento”, sugere.
Locais de compra - Os supermercados são os locais preferidos para a compra de ovos e chocolates, segundo a pesquisa, com 40% dos potenciais compradores indo aos estabelecimentos em Campo Grande, 64% em Corumbá, 43% em Dourados e 41% em Ponta Porã. Nas demais cidades, 57% dos consumidores vão às compras nesses locais.
Marca dos produtos (18%), a promoção de venda e de brindes (20%) e oferta de desconto no preço (23%) são os fatores que serão levados em consideração na hora de decidir pela compra. Outros indicadores estão relacionados às percepções de aditivos que irão ganhar: ovos com brinquedos, brindes e descontos na compra de mais de uma unidade.
Forma de Pagamento - Um contingente de 51% dos compradores usarão dinheiro e 13% o cartão de débito. “Ao longo da série histórica sobre a Páscoa, percebemos que o consumidor está atrás de preços justos, qualidade e atendimento. É preciso que o empreendedor esteja atento aos fatores que levam às compras, pois o consumidor está mais cauteloso com seus gastos e com maior poder de decisão”, complementa Edison Araújo. Um total de 30% dos entrevistados afirmam que vão usar o cartão de crédito.
Pescado – A pesquisa também levantou a intenção de viajar nesse feriado e tendência de consumo de pescado. 61% dos entrevistados afirmam que vão comer peixe no feriado santo. As espécies regionais serão as mais procuradas: 23% vão optar pelo Pintado, 19% pelo Pacu e 18% pelo bacalhau. Isso deverá movimentar, além dos supermercados, as lojas especializadas em peixe, aquecendo o mercado de cada cidade antes da Sexta Feira Santa e do Domingo de Páscoa, estimando um adicional de R$ 62,2 milhões em pescados às compras da Páscoa, valor menor que o estimado para as compras no ano passado que foi de R$69,45 milhões.
Viagens - Dentre os entrevistados, apenas 14% afirmam que vão viajar para fora do estado. A estimativa é que cada viajante gaste R$ 279,00, perfazendo um total de R$ 65,9 milhões somente para o setor de turismo.
A pesquisa da Fecomercio/MS foi feita com base em entrevistas de 2 mil pessoas economicamente ativas dos municípios de 13 cidades (Aparecida do Taboado, Aquidauana, Anastácio, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corumbá, Dourados, Ladário, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas) que, juntas, respondem por 65% do PIB estadual.