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Economia

Administradora da BR-163, CCR quer abolir ‘dinheiro vivo’ em pedágios até 2026

Declaração foi dada nesta quarta-feira por Miguel Setas, CEO do grupo que administra a BR-163

Por Alison Silva com Folha de São Paulo | 07/02/2024 14:07
Posto de pedágio em trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul (Foto: Henrique Kawaminami)
Posto de pedágio em trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul (Foto: Henrique Kawaminami)

A CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias) pretende abolir o uso do “dinheiro vivo” para o pagamento de pedágios. A declaração foi dada nesta quarta-feira (7) por Miguel Setas, CEO do grupo que administra a BR-163 em Mato Grosso do Sul, medida que atingirá outras rodovias já administradas pela empresa em todo o país e deve acontecer até 2026.

Em evento do BTG Pactual, Setas afirmou que o setor de mobilidade vai passar por uma revolução tecnológica nos próximos anos, com coberturas 5G nas estradas e a facilidade de ter mais operações digitais.

"Nós temos o objetivo de chegar a 2026 sem nenhum dinheiro nos pedágios, de ter apenas cobrança com meios digitais, free flow (sem parada) e as outras ferramentas digitais", afirmou. Já em uso em MS, a cobrança é feita pela leitura automática de placas ou tags, sem que os motoristas precisem parar em cabines.

No Estado, a BR-163 passa pelos municípios de: Mundo Novo, Eldorado, Itaquiraí, Naviraí, Juti, Caarapó, Dourados, Douradina, Rio Brilhante, Nova Alvorada do Sul, Campo Grande, Jaraguari, Bandeirantes, Camapuã, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso, Coxim, Pedro Gomes e Sonora.

O executivo participou de painel sobre concessões de infraestrutura, ao lado do ministro dos Transportes, Renan Filho. Também estava no evento o CEO da Ecorodovias, Marcello Guidotti, que disse que 80% da receita da companhia hoje já são obtidas de forma eletrônica, sendo 70% com cobrança em tags e 10% em cartões.

Segundo ele, essa dinâmica vai transformar o sistema de rodovias, inclusive porque hoje os contratos já colocam obrigações nesse sentido desde o começo.

A concessionária tem R$ 28 bilhões em investimentos contratados para os próximos anos, que é o saldo remanescente das atuais obrigações contratuais. No radar, há outros R$ 180 bilhões em investimentos previstos.

"Energia elétrica, transporte, saneamento e telecomunicações: essas quatro áreas, no ano passado, representaram R$ 213 bilhões. Como nós sabemos, já teve uma aceleração, teve 20% de aumento em relação a 2022 em termos de investimento em infraestrutura, portanto nós estamos vendo esse superciclo a formar-se", afirmou Marcello Guidotti.

O CEO da Ecorodovias disse que a companhia tem R$ 40 bilhões em investimentos já contratados, R$ 8 bilhões entre 2024 e 2025. Em agosto do ano passado, os valores foram reajustados em 16%.

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