Governo pede estudo, antes de inserir Pantanal em estado de emergência
Em reunião na manhã de hoje entre governador André Puccinelli e representantes de pecuaristas da região pantaneira ficou decidido que um estudo será feito para verificar a necessidade de inserir municípios do Pantanal no decreto de emergência por prejuízos causados pelas chuvas.
A reunião teve também as presenças dos deputados estaduais Antonio Carlos Arroyo, Rinaldo Modesto e Márcio Monteiro. Cerca de 1,8 mil pecuaristas pantaneiros e produtores de Aquidauna, Miranda, Coxim, Rio Verde, Rio Negro, Bodoquena e Porto Murtinho engrossam a reivindicação.
Técnicos da Defesa Civil e da Secretaria de Produção foram incumbidos de fazer o levantamento dos danos e riscos econômicos para a região por conta da chuva.
Além das dificuldades já enfrentadas hoje, com propriedades inundadas e comprometimento no transporte do gado para regiões mais altas e frigoríficos, previsão da Embrapa é de maior cheia dos últimos 16 anos em abril.
O presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Rafael Kassar, lembra que o rio Paraguai pode superar os 6 metros. “Hoje, fazendas inteiras já estão alagadas. Gado não é como soja. Soja se planta no ano seguinte, o gado pode morrer e não há como recuperar”.
Segundo ele, em muitas propriedades os bois já estão com “água nas costelas”. Como o ciclo da pecuária é de quatro anos, para “colocar o bife na mesa”, os reflexos podem durar muito tempo caso não tenha a intervenção com apoio aos pecuaristas.
Ao serem inseridos no decreto de emergência, os produtores ganham poder, por exemplo, para refinanciar dívidas junto aos bancos.
Cheia recorde - De acordo com o Modelad (Modelo de Previsão de Cheia em Ladário), se no dia 31 de março a régua de Ladário indicar altura do rio entre 4 e 5 metros, o pico da cheia poderá variar entre 5 e 6,4 metros, no mês de abril.
A última vez que o rio passou dos 6 metros de altura foi em 1995, quando chegou a 6,5 metros.
A Embrapa vai divulgar uma previsão de cheia mais precisa no dia 31 de março, mas antecipou o dado diante da preocupação manifestada pelos criadores de gado em Corumbá, que estão vendo o rio subir dia a dia e já reclamam de dificuldades de levar os animais para áreas não alagáveis