Após desespero e alta de 100% nas vendas, supermercados começam voltar à rotina
“O pessoal já está consciente e voltando a comprar dentro da normalidade”, diz gerente

O desespero da semana passada, com muitas filas de clientes, deu lugar à rotina nos supermercados. Seja porque muitos estocaram alimentos ou porque fim de mês tradicionalmente inibe as compras, os estabelecimentos comerciais retomaram ao movimento normal da clientela, apesar de regras contra aglomerações, que ainda transformam o cenário.
O ritmo quase perto da normalidade vale para grande e pequenos. No Comper Jardim dos Estados, que integra a maior rede de supermercados de Campo Grande, hoje havia mais estoquistas que clientes dentro da loja.
No bairro Vila Rica, a fila no Fort Atacadista ainda é vista para o lado de fora, mas como maneira de reduzir o fluxo lá dentro. A espera não é longa, dura cerca de 5 minutos, o que era inimaginável no fim de semana, diz um dos funcionários que pediu para não ter o nome divulgado por não ter autorização da direção.
No supermercado Porto Alegrense, na Avenida Rachel de Queiroz, bairro Aero Rancho, o gerente Anildo Topázio Ribeiro afirma que as vendas tiveram aumento de 100% na semana passada. “Agora, já está normalizando. O pessoal estava apavorado, procurando igual louco”, diz. A correria foi por conta da pandemia do novo coronavírus, que exige isolamento social.

Ele conta que apesar do medo dos clientes, que temiam o desabastecimento, não encontrou dificuldade com os fornecedores. Anildo diz que houve mais controle, água sanitária, por exemplo, foi restrita pelo fornecedor a dez caixas. Mas o supermercado não deixou de receber nenhuma mercadoria solicitada.
Nesta quinta-feira (dia 26), um funcionário estava na porta da loja, mas nem foi preciso distribuir senha porque não havia fila, com poucas pessoas dentro do local.
No supermercado Pires, também no Aero Rancho, bairro mais populoso de Campo Grande, a fila era pequena: oito pessoas.
“O pessoal já está consciente e voltando a comprar dentro da normalidade. Saiu do desespero para a rotina normal. Na primeira semana, as vendas aumentaram em 60%. Estocaram arroz, papel higiênico. Mas voltam para comprar carne e pão”, diz o gerente Adailton Ribeiro dos Santos.
A corrente na porta para controlar o fluxo de clientes foi aposentada no supermercado São João, Jardim das Hortênsias. “Nem precisa distribuir senha. Antes, a gente precisava passar a corrente na porta. As vendas tinham aumentado em 80%. Muita gente foi a atacado e comprou em grande quantidade. Outras pessoas estão sem dinheiro por ser fim de mês”, afirma a funcionária Damares Araújo.