Após pedido de demissão, Ivan Monteiro é o novo presidente da Petrobras
Saída foi marcada por pressão após a greve dos caminhoneiros contra o preço do diesel, que durou dez dias
A Petrobras já tem o substituto de Pedro Parente - que pediu demissão da presidência, na manhã desta sexta-feira (1º). Ivan Monteiro, diretor financeiro da empresa, assumirá o cargo de forma interina, após o conselho de administração da estatal aprovar a indicação do governo.
Monteiro assumiu a direção da Petrobras em 2015, ainda na gestão de Aldemir Bendine, ex-presidente, e foi mantido no cargo por Pedro Parente. De acordo com o Estadão, o novo presidente teria afirmado que não aceitaria a missão caso fosse convidado para o cargo, mas teria mudado de ideia depois de receber a garantia de que não haverá interferência por parte do governo na política de preços da empresa.
Ivan e Bendine haviam trabalhados juntos no Banco do Brasil, onde Monteiro ocupou a vice-presidencia de Gestão Financeira e de Relações com Investidores de 2009 a 2015.
Demissão - Pedro Parente pediu demissão após pressão por parte da greve dos caminhoneiros. Ele assumiu o comando da Petrobras, marcada por denúncias de corrupção, em junho de 2016. Ele sustentava uma política de preços dos combustíveis atrelada ao valor do petróleo no mercado internacional e com reajustes diários.
"Tenho refletido muito sobre tudo o que aconteceu. Está claro, Sr. Presidente, que novas discussões serão necessárias. E, diante deste quadro fica claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas", afirmou Parente em carta ao presidente Michel Temer (MDB).
O preço do óleo diesel provocou a greve dos caminhoneiros, que por dez dias paralisou o Brasil, com desabastecimento de gasolina e alimentos. Neste cenário, o governo federal propôs bancar redução de R$ 0,46 no litro do combustível. (Matéria editada às 11h para acréscimo de informação).