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Economia

Bolsa Família aumentou, mas viver só com isso ainda é desafio

Desde março, famílias com crianças de até 6 anos estão recebendo o adicional de R$ 150

Izabela Cavalcanti e Idaicy Solano | 06/07/2023 11:37
Edilaine Macedo e a filha recebem o Bolsa Família, mas ela precisa fazer outros serviços para complementar a renda (Foto: Paulo Francis)
Edilaine Macedo e a filha recebem o Bolsa Família, mas ela precisa fazer outros serviços para complementar a renda (Foto: Paulo Francis)

Se viver com apenas um salário mínimo já é difícil, imagina com a média de R$ 705,40 do Bolsa Família. No mês passado, 205.918 pessoas receberam o benefício em Mato Grosso do Sul. Atualmente, o valor aumentou, mas ainda é um desafio viver só com isso para atender as necessidades diárias. Alimentação, aluguel, água, luz, medicamentos. A lista de contas é extensa.

O valor mínimo é de R$ 600, mas em março o Governo Federal adicionou R$ 150 às famílias que tem crianças de até 6 anos. Isso ocorreu após o governo fazer um pente-fino no CadÚnico (Cadastro Único).

Já em junho, começou a valer o novo adicional de R$ 50 para as famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos.

Na visão da economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos), Andreia Ferreira, o que dificulta são os gastos básicos que a pessoa precisa ter para sobreviver.

“Digo que não é viver, mas sobreviver. O que mais percebo de gastos são os relacionados ao mais básico e de difícil eliminação, como moradia, alimentação e medicação”, destaca.

A profissional ainda afirma que é possível fazer trocas de marcas dos produtos, como uma alternativa mais barata. “Na alimentação e em medicação, é possível trocar marcas, aproveitar dias de ofertas, mas com moradia não tem como, não dá para sair mudando de casa toda hora”, completa.

Realidade – Proprietário de uma mercearia, Jéferson Bruno de Souza, de 26 anos, conta que a maioria dos seus clientes usa o benefício. A clientela opta por deixar com ele o cartão para repor as mercadorias e em troca pegar alguns produtos.

Para tentar ajudar as famílias, em vez de vender o pacote de fralda por R$ 60, vende avulsa pelo valor de R$ 1,50.

“Como é muito caro para a realidade dessas pessoas, abro o pacote e vendo a unidade. Não compram pacote, porque o dinheiro às vezes não tem ou às vezes tem, mas quer comprar um leite, pão, alguma coisa".

A dona de casa Giovana Borges, de 23 anos, não consegue viver somente com o valor do Bolsa Família. Para complementar a renda, o marido precisa fazer “bico”. O auxílio é destinado a compras no mercado e necessidades básicas do filho.

Giovana usa o auxílio para fazer compras no mercado para sustentar a casa (Foto: Paulo Francis)
Giovana usa o auxílio para fazer compras no mercado para sustentar a casa (Foto: Paulo Francis)

"Ajuda bastante. É difícil a gente conseguir emprego, ainda mais com criança pequena. Todas as coisas de casa eu consigo comprar, mas na semana ele [marido] compra o que falta, até virar o mês", explica.

A diarista Edilaine Macedo, de 44 anos, aproveita todo o valor para fazer as compras no mercado. Ela mora com o marido e os filhos, de 6 e 14 anos. No entanto, ela ressalta que é apenas um complemento de renda e que precisa fazer outros serviços para conseguir sobreviver.

“O auxílio acaba sendo um complemento da renda. Utilizo para mercado, compra do mês, como arroz, feijão e carne, material de escola, roupa, para qualquer coisa. É uma ajuda ótima”, diz.

A dona de casa Débora Cristina Queiroz, de 26 anos, mora com o marido e o filho de 1 ano e 4 meses. A única renda da família é o Bolsa Família e o Mais Social.

Débora tem como única renda o Bolsa Família e o Mais Social (Foto: Paulo Francis)
Débora tem como única renda o Bolsa Família e o Mais Social (Foto: Paulo Francis)

"Faço o mercado e as necessidades básicas da minha filha. Só de fralda é R$ 200 por mês”, comenta. Eles moram em área invadida, então não pagam aluguel, nem energia e água.

Pagamento – O pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês, conforme o final de cada NIS (Número de Inscrição Social). Confira abaixo.

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