Cade vai investigar atuação do JBS após reunião com bancada
Conselheiros do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vão notificar o grupo JBS e investigar a atuação do frigorífico no abate de carne em Mato Grosso do Sul e outros estados.
A empresa é acusada por produtores rurais de concentrar grande parte da atividade no País numa atuação que é definida como lesiva e prejudicial aos produtores rurais.
O argumento da classe é que, por meio de financiamentos como do BNDES, o grupo tem arrendado pequenos frigoríficos e os mantidos fechados para dominar o abate de carne. O temor dos produtores é que a ação influencie e aumente o preço da arroba do boi e os custos da cadeia.
As informações foram deliberadas nesta quinta-feira durante audiência como o secretário de Direitos Econômicos, Vinicius Marques de Carvalho, em Brasília (DF), com a bancada federal de Mato Grosso do Sul, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia.
O senador Waldemir Moka (PMDB), que viabilizou o encontro, destacou que as reclamações feitas pelos produtores contra a empresa saíram do discurso, difundido em debates realizados em Campo Grande, para a prática.
“Uma ata foi registrada sobre o encontro e haverá investigação sobre o assunto”, comentou o parlamentar. Segundo ele já foi marcada para o dia 13 de junho reunião entre os conselheiros do Cade e representantes de frigoríficos na própria secretaria de Direitos Econômicos.
O presidente da Acrissul, Francisco Maia, disse que agora cabe ao órgão do Senado levar em conta as informações prestadas pelos produtores e apurar as denúncias.
“O secretário nos afirmou que o Governo já tinha conhecimento do assunto e que tem preocupação com as acusações. Demos um passo importante hoje”, pontuou.
Também participaram da audiência nesta quinta o senador Delcídio do Amaral (PT), bem como os deputados Fabio Trad (PMDB), Geraldo Resende (PMDB) e Edson Giroto (PMDB).
O encontro ainda contou com o presidente da frente parlamentar do agronegócio, deputado federal Homero Pereira (PSD/MT). Ele encabeçou as mesmas queixas sobre do setor em Mato Grosso.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o JBS informou que não vai comentar o assunto, já que ainda não foi notificado.