Campo Grande gera quase um terço de todo o PIB do Estado, aponta IBGE
Estudo sobre o Produto Interno Bruto brasileiro mostra avanço da importância do interior em relação às capitais, quadro também registrado em Mato Grosso do Sul desde 2002
Praticamente um terço do PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul em 2015 foi gerado em Campo Grande. Os números constam em estudo divulgado nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e mostram que, embora haja dominância da Capital sul-mato-grossense em relação ao Estado, os demais municípios ganharam importância ao longo dos anos.
Segundo os números, o PIB de Mato Grosso do Sul foi de R$ 83,08 bilhões em 2015. Desse total, R$ 58,8 bilhões foram gerados nos municípios (70,9%), enquanto R$ 24,2 bilhões saíram da Capital (29,1%).
No ano anterior, porém, houve recuo do interior, com o PIB de Campo Grande atingindo R$ 23,8 bilhões, sendo superior a 30% do total estadual (de R$ 78,9 bilhões). Naquele ano, demais municípios juntos colaboraram com R$ 55,1 bilhões.
Série histórica – O IBGE apontou que, na comparação com dados de 2002, houve perda de participação no PIB de 20 das 26 capitais em relação ao interior dos Estados correspondentes. O quadro é percebido em Campo Grande, onde o PIB representava no início da série histórica 29,7% do PIB estadual, frente a 70,3% das demais cidades.
Naquele ano, o PIB sul-mato-grossense foi de R$ 16,4 bilhões, estando R$ 11,5 bilhões nos municípios do interior e R$ 4,88 na Capital.
Nacionalmente, a participação dos municípios fora das capitais subiu de 63,9% para 66,9% entre 2002 e 2015.
A desigualdade, porém, persiste em relação aos grandes centros na comparação com o resto do país. Em 2015, sete municípios concentravam 25% do PIB do Brasil –São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Manaus (AM). Juntos, eles abrigavam 14,3% da população brasileira.
Quando são incluídos os 25 maiores municípios do país, independentemente de serem capitais, descobre-se que 37,7% do PIB era concentrado nessas cidades –que representam apenas 23,5% da população. Em contrapartida, 5.545 municípios repartem os 62,3% restantes.
Restringindo-se às capitais, em 2015, São Paulo tinha a maior contribuição para o PIB do país, representando sozinha 10,9% de todas as riquezas geradas naquele ano –a capital paulista também ocupava a primeira posição entre todos os municípios. Palmas ficou em último lugar e em 128º entre as cidades brasileiras.
Campo Grande aparece em 13º lugar entre as capitais e na 31ª posição geral, contribuindo com 0,4% do PIB brasileiro naquele ano –de R$ 5,99 trilhões.