Carne Fraca pode gerar prejuízo de US$ 1,5 bilhão por ano, diz ministro
De acordo com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Brasil poderá ter um prejuízo de até US$ 1,5 bilhão por ano com os desdobramentos da operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal). “Os prejuízos que vamos ter serão muito grandes", advertiu.
Segundo ele, a média diária de exportação brasileira de carnes é de US$ 63 milhões e ontem (21) ficou em US$ 74 mil. “Estamos falando de números estratosféricos. Não sabemos o tamanho da pancada que vamos levar ainda”, disse.
O ministro disse ainda que os problemas identificados na operação são questões “localizadas” e “pontuais” de desvio de conduta de servidores. Blairo Maggi defendeu o sistema e controle de qualidade da carne brasileira e disse que com o episódio a imagem do país ficou “arranhada” e “abalada”, impactando nas vendas para o mercado externo.
A grosso modo, o Brasil terá uma oscilação de mercado de aproximadamente 10% "num volume de US$ 15 bilhões que exportamos por ano nessas carnes. Vamos ver aí R$ 1 bilhão, R$ 1,5 bilhão de prejuízo por ano", segundo informações da Agência Brasil.
O ministro participa nesta tarde de audiência pública conjunta das comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Aos senadores, o ministro disse que os problemas identificados na operação não são predominantemente de qualidade da carne, mas sim problemas relacionados à corrupção e desvios de conduta.
“Quero defender o sistema brasileiro de controle, o sistema que atesta esses produtos. Não tenho dúvida nenhuma em afirmar que esse problema que aconteceu é localizado, pontual, um problema de desvio de conduta dos servidores”, disse.
Blairo Maggi disse que foi pego de surpresa com a forma que a operação da Polícia Federal foi divulgada e que a narrativa feita trouxe problemas à credibilidade da carne brasileira no mercado internacional.
“Em nenhum momento questionamos a ação da Polícia Federal de investigar os fatos que foram a ela denunciados. Quero deixar claro que não podemos fazer a defesa daqueles que fizeram coisa errada, mas, da forma como ela foi conduzida e apresentada à população brasileira é que digo que fomos pegos de surpresa. Anos e anos trabalhando para chegar a uma credibilidade nacional e mundial e a narrativa que foi feita nos trouxe esse problema”, disse.
Por mais de uma vez, o ministro ressaltou que não é contra as investigações da PF. “Não somos contra a investigação da Polícia Federal. As investigações não vão parar por que achamos que foi comunicada de forma errada”, disse.