Clima leva produtores de MS a projetarem quebra de 11% na safra de soja
Precipitações têm sido eventuais e localizadas; em 2018, no mesmo período, chuva já superava a média história em alguns municípios
Apesar de alertas sobre temporais e registro de chuvas na segunda-feira (7) em algumas localidades de Mato Grosso do Sul, produtores rurais demonstram preocupação com a safra de grãos 2018/2019. Isso porque a previsão para os próximos dias é de baixa precipitação e de temperaturas em elevação, conforme informou o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), já levando a uma revisão da estimativa da safra com uma quebra de 11%.
De 2 a 10 de janeiro do ano passado, Sete Quedas, Ponta Porã, Juti, Dourados, Bela Vista e Amambai haviam superado o histórico de chuvas. O início deste ano, porém, apresenta diferença dos prognósticos: o tempo abafado e o calor dividem o mcenário com chuvas localizadas e em pouca quantidade, que já comprometem as lavouras de soja.
Presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Juliano Schmaedecke, afirma que a estimativa inicial era de uma colheita de 10 milhões de toneladas de grãos, porém, a falta de chuvas já projeta uma quebra de 11%, reduzindo o montante para 8,9 milhões de toneladas.
De acordo com a coordenadora técnica do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul), Franciane Rodrigues, a falta de chuva em grandes volumes deve-se a um sistema de bloqueio atmosférico no sudeste do Brasil, que dificulta a formação de nuvens de chuva de grande porte. As chuvas localizadas que atingiram o Estado, explicou ela, são resultado do transporte de umidade da região Norte.
O Inmet prevê tempo abafado, com céu de parcialmente nublado a nublado e possibilidades de pancadas de chuvas isoladas em todas as regiões de Mato Grosso do Sul até sábado (13).