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Economia

Com carne mais cara, vale até criar porco no quintal de casa para se alimentar

Em dezembro, Campo Grande teve a terceira maior alta da cesta básica, custando R$ 744,21

Izabela Cavalcanti e Mariely Barros | 11/01/2023 12:56
Nas prateleiras do supermercado, Mariana escolhe itens da promoção e mais barato (Marcos Maluf)
Nas prateleiras do supermercado, Mariana escolhe itens da promoção e mais barato (Marcos Maluf)


O custo alto da cesta básica fez com que muitas famílias mudassem a rotina de consumo nos supermercados. Para isso, vale até criar porco, galinha e plantar no quintal de casa para compor a refeição.

Segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Campo Grande teve o terceiro maior aumento da cesta básica, em dezembro, passando a custar R$ 744,21.

Dona de casa de 60 anos é um exemplo de quem mudou os hábitos. “Quando o prato era arroz, feijão, bife e salada era uma delícia. Agora, não tem mais, é difícil comprar carne. Quando estou com muita vontade de comer, mato uma galinha, bife nem pensar e o churrasco também já era. Crio galinha para comer, também crio um porco”, relata.

Ela criava dois porcos. No Natal, matou o macho para comer e, agora, ela espera a fêmea parir os filhotes para poder fazer a carne.

“Tinha uma época que eu fazia churrasco com a ponta de peito assada e era uma delícia. Estou com uma porca prenha e estou esperando dar filhote para eu poder comer”, disse.

Além disso, a dona de casa também plantou pé de goiaba, laranja, banana e manga, no quintal de casa. No caso do tomate, principal fruto para a salada, só compra para fazer alguma receita específica. “Só compro tomate quando vou fazer algo específico ou sinto vontade de comer. Vou ao mercado uma vez no mês. As compras que eu fazia antes não dá para fazer hoje em dia”.

Ela optou por diminuir a quantidade de feijão e deixou de comprar o macarrão que gostava. “O dinheiro que eu tenho é só do Mais Social. Tá tudo subindo”, lamenta.

No mesmo bairro, mora a operadora de caixa Mariana Freitas, de 30 anos, junto com os dois filhos.

Na hora de comprar, ela prefere nem levar os filhos para conseguir comprar apenas o necessário. Ela cita alguns itens que onerou para o dia a dia, como o feijão, banana, maçã e a carne.

“Subiu tudo. A banana está quase 8 reais, mas dos itens básicos, o que mais subiu foi o feijão e o óleo. No açougue, é difícil achar algo que não tenha aumentado. O quilo da carne moída está 30 reais e no hortifrúti a banana e a maçã subiram também”, pontua.

De acordo com Mariana, no mercado onde trabalha, ela ganha R$ 600 em compras, além de receber o Bolsa Família e o Mais Social.

“Na hora de fazer compras sempre pego o que está na promoção e mais em conta. Às vezes deixamos de comprar carne de vaca para comprar a carne de frango, que às vezes está 8 reais o quilo, para poder comprar o básico que é o arroz, feijão e macarrão”.

Produtos – Ainda de acordo com levantamento do Dieese, o quilo do tomate foi o produto com maior aumento no mês passado, de 24,54%. O acumulado do ano chegou a 28,82%. O óleo de soja foi o segundo item a ter o maior aumento, de 0,22%, com acumulado de 1,28% em 12 meses.

O feijão carioquinha subiu 4,48%, farinha de trigo 2,20%, arroz agulhinha 1,16%, açúcar cristal 0,26% e carne bovina 0,13%.

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