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Economia

Com dólar alto, supermercados lucram com clientes estrangeiros

Caroline Maldonado | 20/08/2015 14:50
Clientes estrangeiros compensam queda nas vendas para brasileiros (Foto: Amambay Notícias)
Clientes estrangeiros compensam queda nas vendas para brasileiros (Foto: Amambay Notícias)

Com o dólar em alta, cotado a R$ 3,47, caiu o movimento de brasileiros na fronteira, mas o setor de supermercados tem motivos para comemorar em Ponta Porã. Ocorre que os paraguaios estão atravessando a fronteira para fazer compras no Brasil, em função da desvalorização do real. O setor alimentício é o mais beneficiado com esse cenário, porque trabalha com artigos de primeira necessidade, mas o movimento reflete em outros segmentos e acaba impactando em todo o comércio, na avaliação do economista Celso Corrêa.

Para a economia brasileira, até mesmo a queda no movimento de brasileiros em busca de importados é benéfica, pois o dinheiro não sai do país, segundo o economista. “É bom para todos os comerciantes de modo geral. Porque quem vem fazer supermercado, acaba comparando outras coisas aqui. Além disso, nosso dólar está ficando no Brasil, não está sendo gasto lá fora.

A preferência dos estrangeiros por supermercados tem explicação. Eles passam por situação delicada na economia e por isso priorizam a alimentação. “O Paraguai já tem economia fraca. Eles estão sentindo muito tudo isso”, comenta Celso.

A alta no movimento de supermercados chega a 70%, na estimativa do presidente da Associação Comercial de Ponta Porã, Eduardo Gaúna. “Com a valorização do dólar, mas também em função do Guarani os paraguaios têm se beneficiado muito em comprar aqui. Aumentaram também as vendas de combustível e calçados. Estamos num momento ótimo. Além disso, hoje aumentou em 41% o número de empresas ativas, passando de 3.755, em 2012 para 5.314, em 2015. É um crescimento altíssimo”, detalhou.

O supermercado Bom Gosto, que fica na linha internacional, calcula crescimento em torno de 35% nas vendas, desde que o dólar disparou. “Cada vez que o dólar sobe, amenta um pouco o movimento no mercado”, conta o supervisor Rodrigo Colla.

Na Avenida Brasil, o Supermercado Nippon, também se beneficia da vinda dos clientes estrangeiros. O proprietário Willian Fukushima, no entanto, acredita que isso está compensando a queda nas vendas para os moradores da cidade. “O pessoal daqui está comprando menos. Então, um está suprindo o outro e estamos conseguindo manter nossas metas”, disse.

Os comerciantes dos demais segmentos esperam que a busca pelos produtos alimentícios reflita no restante do comércio e claro, a economia dos dois países melhore. “O Guarani valorizou, mas o Paraguai passa por crise econômica também, as lojas lá estão até fechando, por isso eles procuram mais pelos supermercados. Mas vamos esperar que melhore a situação tanto deles lá, como aqui no Brasil para melhorar para nós”, comentou a proprietária da loja Vitória Presentes, Maria Pereira.

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