Com leite e queijo caros, consumidor usa imaginação para gastar menos
Substituição. Esta é a forma mais usada pelos campo-grandenses para tentar economizar. E entre tantos reajustes, o leite e mussarela são os que mais tem pesado no bolso. De acordo com o levantamento realizado pelo Nepes (Pesquisa do Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp, o preço da mussarela aumentou 9,8% de abril para maio, saindo de R$25 para R$ 27,45 o quilo para o consumidor. Já a média de reajuste do leite chega a 7,17%.
Sentindo um reajuste médio de 10% e 30% em cada produto, respectivamente, um dos proprietários do Restaurante Furnas diz de três meses pra cá receitas simples como panqueca e purê de batata estão ficando mais salgadas. “Tentamos substituir com uma batata doce frita, uma banana frita, batata palha, algo que caia no gosto do povo, mas tudo é um teste”, explica.
Já o proprietário da Panificadora Pão Dourado, Ricardo Lada, conta que em março pagava R$14,90 no peça da muçarela, que tem 4kg, e que agora desembolsa R$19,90 pelo mesmo produto. “É um absurdo ter um aumento de R$5 em tão pouco tempo”, reclama.
Com os preços mais elevados, a mussarela tem sido esquecida pelo consumidor, e com a demanda baixa, Lada conta que também está comprando menos do que antes. “Por mês, chegava a encomendar mais de 60 peças, agora peço no máximo 50”. O proprietária da Pão Dourado afirma que o leite também teve reajuste de aproximadamente R$ 0,25.
Essa é a insatisfação da gerente da Pão & Cia, Fernanda Costa, que afirma que o leite subiu 10% e que não explicaram o motivo do reajuste. “Antes, conseguia vender o produto por R$2,50, agora está R$2,99”.
Já Siliane Coelho Carlos, gerente da Trigo de Ouro afirma que toda época que começa a chover esse reajuste acontece. “O problema é que o queijo demora mais para firmar, ficar firme”, explica.
O clima é o fator principal na hora de determinar o preço do leite. Segundo o o diretor de mercado da Ceasa-MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), Cristiano Chaves, os climas extremos não são nada bons para o campo. “Agora há muita chuva, e com esse clima é trabalhoso você coletar o leite. Quando há seca, é necessário alimentar o gado com forragem e a produção tende a cair”.
