Com mais de 12 mil salões, para ganhar cliente vale até pagar Uber
Algumas ruas acabam concentrando grande quantidade dos estabelecimentos, como a 14 de julho no Centro e a Júlio de Castilhos, no Santo Amaro
Salões de beleza são os tipos de estabelecimentos comerciais que viraram infestação em Campo Grande. Segundo o Sindiprocab-MS (Sindicato dos Profissionais da Área de Beleza de Mato Grosso do Sul), são mais de 12 mil só na Capital. Para lidar com tamanha concorrência o jeito é apelar para um pouco mais que a divulgação e bom atendimento. Tem salão que até paga corrida de aplicativo para manter a clientela.
Os números de profissionais também são expressivos. Em Campo Grande são mais de 36 mil pessoas trabalhando na área da beleza e, em Mato Grosso do Sul, a quantidade passa dos 65 mil. Entre eles estão os cabeleireiros, manicures, depiladores, esteticistas, maquiadores, barbeiros, micropigmentadores, estilista em unha em gel, os que trabalham com bronzeamento natural, entre outros. Em relação a barbearias, são 2.870 estabelecimentos em Campo Grande e quase 8.500 em todo o Estado.
“Por mais que tenha muita gente trabalhando, é um mercado muito bom. Hoje em dia, tanto mulheres quanto homens cuidam demais da aparência”, cita Lucimar Roza, presidente do Sindiprocab-MS. E são pessoas dispostas a pagar os preços, que nem sempre são baratos. “Depois de alimentação, a beleza é uma das prioridades”, ressalta a presidente do Sindiprocab.
Concentração - Algumas ruas acabam concentrando grande quantidade dos estabelecimentos, como a 14 de julho no Centro e a Júlio de Castilhos, no Santo Amaro e região. A avenida Panambi Verá, no Tijuca também é um dos exemplos e a reportagem do Campo Grande News foi até lá para conversar com alguns profissionais e proprietários de salões e barbearias do local.
Bom atendimento e divulgação dos serviços nas redes sociais é o básico que todos os estabelecimentos fazem. Há 15 anos na Panambi Verá, Lucimar dos Santos, já conquistou a clientela e para mantê-la, dependendo do caso, até oferece Uber. “Tenho clientes que vêm de bairros distantes, como a Moreninha”, diz ela.
A poucos metros estão as iniciantes Aline Melgarejo, recém formada em estética, e Gabrielly Resplande, que já trabalhava como manicure e designer de sobrancelhas. Começaram a atender em novembro do ano passado e aproveitaram o movimento do final de ano. “Agora é trabalhar para continuar”, comenta Aline.
A abordagem de Suelen Santiago é cativar as clientes e oferecer produtos diferentes. Antes de abrir seu salão, há dois anos, ela trabalhou por 5 anos em estabelecimentos do centro da cidade. Além das unhas em acrílico, em breve ela terá uma nova opção. “O bronzeamento natural. É outra coisa que está bombando”, afirma ela.
Carol Oda, cabeleireira em outro salão de beleza, conta que as promoções funcionam muito bem e um dos fatores que fidelizam as clientes é o ambiente. “Aqui todas são evangélicas”, informa. Além disso, ela conta que todos os profissionais e proprietários são amigos e acabam fazendo indicações uns dos outros. “Tem cliente pra todo mundo e, às vezes, ainda sobra”, destaca.
Uma das barbearias da Panambi Verá é a do Alisson Guerreiro, que veio do Rio Grande do Sul. “Sou o mais antigo daqui, então tenho uma carta de clientes já formada”, diz ele que começou antes da moda pegar.
Abmael Ferreira até deixou a profissão para se dedicar a barbearia. “Me formei em logística e vi que não era o que eu queria. Fiz um curso de barbeiro porque eu que cortava meu próprio cabelo e barba, mas quando terminei abri meu estabelecimento”, conta. Seu diferencial é oferecer um serviço de qualidade, como os realizados em barbearias do centro da cidade, mas no bairro, por quase a metade do preço.
"Tem excelentes profissionais que estão sempre buscando novas tecnicas e tendências, trabalham em cima de marketing e conseguem ter clientela grande. Não são serviços baratos, mas com o uso de diferentes níveis de produtos, atendem pessoas das classes C, B e A. O que muda é o produto, o profissional é o mesmo", defende Lucimar Roza, presidente do Sindiprocab. "Hoje, toda a sociedade tem condições para terem coloração, unha em gel, sobrancelha. Toda a nossa sociedade faz o uso da área da beleza", finaliza.
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